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Wildfrost - vício com cartas e roguelike

Simples, mas agarra.

Crédito da imagem: Deadpan Games
Wildfrost é mais um engenhoso roguelike de construção de baralhos, que quase parece um RPG roguelike com cartas. O seu estilo visual, a profundidade das mecânicas e os bosses fazem dele um jogo muito divertido.

Wildfrost é o tipo de experiência que considero simplesmente empolgante pois revela o quanto esta indústria cresceu e se transformou com o energético papel das produções indie. Isto porque após jogos como Wargroove e Eastward, o nome Chucklefish tornou-se parte do meu vocabulário gamer, juntamente com nomes como Capybara Games, Supergiant, Moon Studios e DotEmu. São casas indie que quando vejo associadas a um jogo, despertam de imediato a minha curiosidade.

Este é o segundo jogo da produtora Deadpan Games, no qual o contributo de Gaziter no design de personagens ajuda imenso a alcançar uma estética visual geral de forte apelo. A Chucklefish ajudou no desenvolvimento e foi a editora, mas o trabalho é da Deadpan, que apresentou a versão mobile um ano após as versões Switch e PC, mas ainda assim foi exatamente o que procurava no momento em que precisava. Num mar de jogos mobile free to play, procurava um jogo premium para desfrutar sem publicidades e offline, sem subscrever ao Apple Arcade, o que torna Wildfrost numa forte proposta.

Wildfrost é um jogo de batalhas de cartas por turnos desenhado como um rogulike (sais da aldeia para explorar terras mergulhadas num inverno eterno e quando perdes voltas à aldeia). Existem diversos parâmetros inspirados pelos mais populares jogos de cartas e tabuleiro, como HP, número de dano, tempo de espera para atacar, penalidades quando um aliado é derrotado, buffs temporários, diversos debuffs que podes aplicar ou sofrer, cartas novas para desbloquear e desafios pensados para sentir que cada tentativa te aproxima de um novo objetivo que será recompensado com algo que torna mais provável chegar mais longe.

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De uma forma muito resumida, é uma experiência repleta de elementos que a tornam muito profunda, mas afinada para se tornar fácil de aprender, de começar a jogar, mas que deixa em ti a vontade de te ergueres acima do desafio. Como referi, a estética visual que parece um cartoon, combinada com um sistema profundo fácil de aprender, num formato portátil torna-se particularmente interessante. Especialmente porque é uma bela resposta para sessões rápidas, offline, em qualquer lugar.

A tentativa começa com a escolha de um líder e são tantos que é preciso ter cuidado com as especificidades aleatórias geradas pelo jogo, seja para o HP ou valor de ataque, mas também para a sua capacidade para buffs ou debuffs. Ao sair da aldeia, a tentativa começa com a escolha de uma carta que é um aliado com atributos específicos, uma decisão importante. Feita essa escolha, segues com um baralho composto pelas cartas que usarás em todas as batalhas. Cada batalha termina com um inimigo mais poderoso, um boss, que se torna num maior desafio e exige maior compreensão do uso das cartas, das suas especificidades.

Wildfrost é efetivamente um jogo extremamente fácil de jogar, mas exigirá a tua atenção, especialmente porque o design roguelike dita que estarás constantemente a passar pelos mesmos desafios na esperança de finalmente os vencer e chegar mais longe. Isto é recompensado de diversas formas e jamais estás a jogar de forma não gratificante. Considero isto um dos seus especiais triunfos, o design que torna gratificante tentar, errar e aprender para melhorar.

Isto porque ao executar a tentativa, estarás a praticar ações que contribuem para eventualmente desbloquear uma recompensa na aldeia. Sejam novas cartas, charms com buffs, novas tribos com líderes diferentes para cartas próprias, Wildfrost transmite sempre a sensação que ou conseguimos ou ficamos perto de conseguir, para despertar a vontade de tentar mais uma vez.

Alguns boss representam picos de dificuldade inesperados que podem causar algum incómodo no fluir da experiência, mas Wildfrost desperta o desejo de superação, de mais uma tentativa. É tudo muito fácil e fluído de executar, mesmo que o sistema seja profundo e te force a aprender algo ao qual não prestaste a devida atenção. No entanto, é precisamente isso que se torna numa mais valia.

Com uma estética visual simples, mas muito bem conseguida, Wildfrost é efetivamente um jogo de elevada classe para se ter num dispositivo mobile, que podes levar facilmente contigo para jogar em qualquer lugar. Seja para uma sessão mais longa em casa ou para sessões curtas fora de casa, é dos melhores títulos que posso recomendar para quem usa os seus dispositivos mobile como parte da sua vida gaming.

Prós: Contras:
  • Arte visual
  • Muito fácil de aprender, difícil de dominar
  • Sistema profundo que te força a ter em conta todos os parâmetros das cartas
  • Consegue conquistar e agarrar através do desafio
  • Experiência que podes jogar em sessões curtas em qualquer lado
  • Poderás sentir que demora muito a conseguir aumentar as probabilidades de chegar mais longe
  • Alguns bosses muito mais difíceis do que qualquer outra coisa nessa sessão

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