Wolfenstein 2 tem um dos melhores níveis num FPS - Antevisão
Simulador de cadeira de rodas.
A conferência E3 2017 da Bethesda não foi muito longa, mas pelo menos, deu-nos Wolfenstein 2: The New Colossus. A Bethesda tem feito um excelente trabalho em adaptar os clássicos da id Software para a modernidade. A caminhada começou com Wolfenstein: The New Order, um jogo que quando foi lançado em Maio de 2014 o descrevemos como "um diamante em bruto que prova que o universo de Wolfenstein pode ser prolífero". Depois, no ano passado, observamos o renascimento de DOOM, que conseguiu vincar com a sua jogabilidade fluída e frenética, e eis que agora surgiu a continuação de Wolfenstein.
O trailer de revelação foi longo e estranho, mas depois de experimentar o primeiro nível na versão PC, posso dizer que fiquei convencido e com vontade de jogar a sequela. O nível que tive a oportunidade de jogar, que parece ser o nível de abertura, é um dos melhores, e um dos mais criativos que já vi num jogo de tiros na primeira pessoa. Mas antes de mais, se não conheces Wolfenstein, trata-se de um jogo que decorre numa realidade alternativa em que os nazis levaram a melhor na Segunda Guerra Mundial e eventualmente conseguiram dominar o globo graças ao seu poderio militar, subjugando todas as outras nações.
Com Wolfenstein: The New Order ficamos a conhecer BJ Blazkowicz (ou Terror-Billy), um membro da resistência. A história de Wolfenstein 2 é uma continuação directa do anterior, e se não jogaste o primeiro, poderás ficar um pouco à nora. O nível abre com um assalto de Frau Engel ao zeppelin onde BJ Blazkowicz está a recuperar dos seus ferimentos. Apesar dos acontecimentos no jogo anterior, os Nazis continuaram a dominar o globo e a odiável Frau Engel, uma das personagens que está de volta, está em caça aberta a BJ Blazkowicz. Cheio de ligaduras e de dores, neste primeiro nível o protagonista terá que rivalizar com o McGiver e escapar aos nazis com muito pouco.
Normalmente, os jogos de tiros colocam-nos numa posição de poder. Temos uma espingarda automática nas mãos, granadas e os adversários não passam de carne para canhão. No entanto, Wolfenstein 2 descarta essa norma. BJ Blazkowicz nem se consegue por de pé, mas não está pronto para desistir imediatamente e recorre a uma cadeira de rodas para se deslocar. É nos pequenos pormenores que Wolfenstein 2 se destaca. Como seria de esperar de alguém que está aleijado, BJ Blazkowicz não consegue controlar bem a cadeira de rodas. Andar para a frente (ou recuar)e rodar a cadeira para os lados são acções lentas.
"Wolfenstein 2 parece bastante polido e estável, o que é um bom sinal"
Com movimentos limitados, sem podermos correr ou saltar, temos que progredir a não morrer num nível com um soldado nazi em cada esquina. Ainda por cima, a nossa vida está constantemente a descer, aumentando o pânico e sensação de estarmos indefesos, e a munição não é abundante. Andar numa cadeira de rodas a matar nazis com uma pistolinha parece quase uma cena de um filme da série B, mas confesso que adorei. Em parte é por causa da jogabilidade fantástica. A sensação que as armas dão é positiva, e apesar de não passar de uma demonstração, Wolfenstein 2 parece bastante polido e estável, o que é um bom sinal.
Por outro lado, a história amarra-nos logo à cadeira. É uma daquelas histórias às quais não ficamos indiferentes. É impossível não odiar os nazis dada a forma como estão representados no jogo, e com BJ Blazkowicz extremamente incapacitado, mas ainda assim disposto a lutar para salvar a sua mulher que está grávida, não conseguimos deixar de sentir compaixão. Ficamos imediatamente do lado dos heróis, principalmente porque Frau Engel é uma personagem extremamente fácil de odiar. Há que dar mérito pela sua brilhante caracterização e pela actriz que lhe empresta a voz (Nina Franoszek).
De cada vez que Frau Engel aparece, só nos apetece entrar dentro do mundo do jogo e dar-lhe um par de estalos! Desta vez esta mulher malvada vem acompanhada da sua filha. Seria de esperar que fosse outro diabinho, mas a filha de Frau Engel é o contraste da mãe. Ligeiramente obesa e com um tom dócil, tenta convencer a sua mãe a não ser cruel, o que obviamente dá para o torto. Frau Engel goza com o peso da sua própria filha e no final obriga-a pegar num machado e a apontá-lo ao pescoço de uma das personagens. Não sabemos como acaba esta situação intensa, mas uma coisa é certa, este nível deixou-nos com vontade de jogar mais e de saber o que acontece a seguir
Esta curta, mas intensa e gratificante, experiência com Wolfenstein 2: The New Colossus convenceu-nos que esta sequela merece existir e é digna da tua atenção. Surpreendentemente, o lançamento já está marcado para 27 de Outubro. Ficamos à espera para continuar a acompanhar a história de BJ Blazkowicz e para colocar um fim no império dos nazis.