World of Warcraft: Mists of Pandaria - Análise
A calma antes da tempestade.
Por falar em classe nova, o Monk é uma das mais agradáveis novidades desta expansão, e combina em beleza com as novas animações dos Pandaren. Confesso que não tive a possibilidade de experimentar o "end game" com um Monk, mas joguei algumas heroic com um parceiro no grupo a jogar de Brewmaster Monk (o tank), e enfrentei outros em contexto de Battleground. Pareceu-me um caso sério para PVP, e sinceramente divertido para tancar, o facto de poder ocupar qualquer papel na trinity ainda torna a classe mais flexível e por isso apelativa se procuram algo completamente novo dentro do jogo.
Outra importante novidade em Mists of Pandaria é a adição de um novo modo de dificuldade para as masmorras de cinco pessoas conhecido como "Challenge Mode". Este modo vem acrescentar-se aos normal e heroic que os jogadores conhecerão e tenciona adicionar toda uma dimensão competitiva ao ambiente PVE 5-man, normalizando o equipamento para que qualquer um possa provar a sua "skill" independentemente do que tenham equipado.
As masmorras neste modo são consideravelmente mais exigentes, e funcionam com um cronómetro que regista o tempo que determinado grupo demorou a completar cada uma delas. Mediante o tempo é atribuído uma medalha (bronze, prata, ouro), uma quantia de outro, e existe ainda uma tabela de líderes para que todos possam saber quem são os mais rápidos em cada servidor. Este modo tem sido já bastante concorrido, mas a minha aposta é que se tornará numa obsessão para os mais competitivos quando estes terminarem o progresso de raid, principalmente para obterem a medalha de ouro que dá acesso a um set cosmético especial.
As quests do jogo melhoraram imenso desde Cataclysm, pela forma como estão escritas, pelo modo como são apresentadas e pela variedade de objetivos que oferecem. Ora este padrão mantem-se em Mists of Pandaria, existem séries muito engraçadas e bem escritas, mas o melhor de tudo, é a forma como transmitem a história ao jogador. Nunca que o jogo disponibilizou tantas "cutscenes" como agora, de modo a que o jogador perceba qual o sentido das suas ações, tanto na história principal como na interação com os grupos "menores".
O sistema de progressão também sofreu fortes alterações no último patch de preparação para Mists of Pandaria. Já não é propriamente uma novidade, há muito que os novos talentos estavam na beta, mas é uma mudança importante que vem substituir as antigas árvores de talentos por uma tabela que nos permite escolher uma, entre três habilidades a cada quinze níveis para cada uma das classes. O design deste sistema vai no sentido de se afastar das "builds" obrigatórias e promover a escolha.
"As novíssimas Pet Battles são uma das novidades."
Qualquer jogador experiente de World of Warcraft vos dirá que não existia qualquer escolha nas árvores antigas, toda gente utilizava uma "build" ótima para PVE, e outra para PVP, bastava consultar a Armory para ver que a maioria dos jogadores utilizava praticamente mesma combinação de talentos. Ora este novo sistema tenciona mudar isto mesmo, afastando-se do bónus estático típico do sistema anterior, para um onde todos os talentos são desejáveis, mas nenhum é obrigatório. As habilidades estão divididas entre mobilidade, sobrevivência e controlo, e a sua similaridade promove que escolhamos mais de acordo com o nosso estilo pessoal, do com o que o talento vale em termos matemáticos na rotação de cada classe.
Ainda no campo das novidades, não poderia deixar de referir a febre do momento no World of Warcraft, as novíssimas "Pet Battles", que transformam os conhecidos animais de companhia (companion pets) que nada tinham de especial senão o mero aspeto cosmético, num sistema com um gameplay em muito semelhante ao de Pokémon, sim, Pokémon. Existem centenas destes companheiros para apanhar, de vários tipos, com o seu próprio nível e com habilidades diferentes mais eficazes contra determinados tipos. É mais um entretenimento dentro do jogo, e se já existiam muitos jogadores a pagar a subscrição mensal apenas para colecionar estes pets, agora têm ainda mais motivos para sorrir e continuar a capturá-los todos.
Uma última palavra para os cenários, mais uma novidade de Mists of Pandaria que vem substituir as antigas quests de grupo, e que são outra excelente forma de transmitir pequenos pedaços de narrativa para grupos de três jogadores. Aqui não existe tanta exigência em relação à dificuldade do conteúdo, é mais amigável por assim dizer, mas oferece algumas peças de equipamento interessantes.
Quanto ao PVP, Mists of Pandaria traz desde logo dois novos Battlegrounds, o Temple of Kotmogu que é um estilo de batalha "Murder Ball", onde existem quatro orbs nos cantos do mapa e o objetivo é manter a posse dessas mesmas orbs durante o máximo tempo possível. E finalmente a Silvershard Mines, que usa o sistema de regras "Payload" que muitos conhecerão de "Team Fortress 2", onde temos que conduzir um carrinho com recursos de um ponto para o outro, sendo que o tal carro só se move se tivermos junto a ele. Ambos são bem divertidos, e fundamentalmente diferentes do que existia até agora no WoW, pessoalmente gostei mais do primeiro, pelo estilo caótico do mapa e pela proximidade entre os pontos de "spawn" e a zona de conflito.
A quantidade de conteúdo presente em Mists of Pandaria é própria de um jogo completamente novo. Cada vez mais é também um "theme park" MMO, ou seja, apesar de manter a sua base onde o núcleo é o PVE cooperativo competitivo, esta expansão traz conteúdo capaz de apelar a vários tipos de estilo de jogo, a vários tipos de jogadores. Continua o mais popular dos MMORPG's do mercado, e depois do penoso tempo de espera desde a última atualização de Cataclysm é tempo para dizer, o gigante está de volta.