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World Rally Championship

WRC finalmente regressa.

Se por um lado nos confrontamos com um trajecto maioritariamente no asfalto quando circulamos nas etapas alemãs, as etapas Suecas colocam-nos frente a frente com neve em força. É esta diferenciação entre cada etapa que sublinha os pontos fortes do motor de jogo desenvolvido pelo estúdio italiano Milestone. Mesmo a experiência de controlar um carro com elevadíssima potência num terreno arenoso (como o rali da Jordânia) é uma experiência bem reproduzida. De realçar que o Rali de Portugal marcará presença, embora não estivesse acessível na versão que foi disponibilizada.

No campo sonoro o jogo tem detalhes de elogiar, por exemplo, a degradação do rugir do motor e a introdução de barulhos nos componentes conforme o carro sofre alguns danos. O co-piloto executa o seu papel com distinção, oferecendo direcções concisas e claras, e também o ocasional grito de desespero face a uma manobra falhada. As direcções (essenciais a um jogo deste tipo) podem ser dadas por sinais ou por um pequeno mini-mapa, mas as indicações sonoras do co-piloto são suficientes para antever o traçado. Outro detalhe importante é a possibilidade de poder personalizar se queremos as indicações muito antes da curva ou mais próximo dela.

A proximidade (por vezes ausência) da berma no rali da Jordânia é um constante factor de preocupação.

Embora o motor de jogo seja muito competente, toda a componente gráfica está datada, talvez fruto deste ser o produto do trabalho de uma equipa de reduzidas dimensões. Muitas texturas exigem muito mais trabalho. É, por exemplo, incompreensível como, com apenas algumas dezenas de carros diferentes, as cabines do piloto sejam tão despidas de detalhe e construídas numa geometria básica. Em geral a versão PC tem melhor aspecto (embora segundo a Milestone isso apenas acontece porque a versão PC corre numa resolução superior), face às duas versões para consola, que estão equiparadas entre si.

Talvez também consequência do grafismo deste título, a sensação de velocidade é quase inexistente excepto nas câmaras no interior do cockpit ou em cima do capot. Um problema notório num jogo deste tipo.

A escassez de espectadores nas zonas a eles designadas desaponta.

Quem tenha um volante vai também ficar satisfeito por saber que, ao contrário do que tem sido a norma nos jogos da Milestone, foi implementado suporte para esses acessórios, o que, para muitos, é um factor essencial à experiência. Tanto quanto me foi possível testar - num reduzido período de tempo - a calibração apresenta opções extensivas, sendo possível adaptar elementos como o force feedback e a sensibilidade do volante com minúcia.

World Rally Championship mostra para já apontamentos muito positivos. Desde logo a aposta na simulação parece ter sido ganha, algo que é importante face à actual ausência de jogos de rali no mercado. Ao mesmo tempo a simplicidade dos gráficos podem trair as aspirações do estúdio italiano. Resta saber se essa lacuna será colmatada nos meses que faltam para o lançamento do jogo.

Não se esqueçam de ler a entrevista a Irvin Zonca (Lead Game Designer) para mais detalhes sobre o processo de criação do jogo, os modos multi-jogador e até a interacção entre o estúdio e os condutores do campeonato mundial de Rally.

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