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Xiaomi MI2 - Análise

O smpartphone dos entusiastas disponível por importação.

Não podes comprar o Xiaomi MI2 fora da China, mas quanto aos smartphones é um produto tão espantoso que sentimos que merecia uma cobertura séria. Mesmo, a Xiaomi em si é uma companhia fascinante: pouco se sabe no estrangeiro, comanda o mesmo tipo de reputação e empenho do consumidor que a Apple no Ocidente. Existe certamente uma sinergia em termos da ética da companhia: a Xiaomi constrói grandes produtos, satisfaz e até excede as expectativas da sua crescente base de fãs. O MI2 exemplifica essa filosofia. A nível físico, oferece um produto de ponta que se aguenta contra os do tipo do HTC One, mas tem todo esse poder metido numa carnagem mais pequena, estilo iPhone. Isto está apoiado por um inovador SO personalizado que se coloca como uma das melhores experiências Android que o dinheiro pode comprar.

As primeiras impressões ao abrir a caixa são positivas. O MI2 tem uma carnagem muito sólida e robusta que se sente de confiança e duradoura apesar de ser claramente construída com um orçamento. O tipo de acabamento premium que tens com o iPhone 5 e HTC One não está aqui - lidas com algo mais perto de um Galaxy S3, particularmente em termos da traseira plástica. A frente é outra história, consiste inteiramente de vidro Dragontail - uma versão Japonesa concorrente do padrão da indústria, o Gorilla Glass.

O ecrã em si é um destaque. A Sharp providencia o ecrã IPS 1280x720 de 4.3 polegadas que oferece 342 pixeis por polegada acima do retina. A imagem é moderadamente clara, rica em cor, com opções de temperatura e saturação disponíveis nas definições. Está a par do ecrã iPhone 5, apesar do equilíbrio de brancos parecer um pouco incorrecto e o gamma não ser tão vasto. Debaixo do ecrã tens botões de navegação Android (não iluminados mas feitos de material altamente reflector - fáceis de encontrar na maioria das condições de iluminação). Debaixo do botão home está um LED multi-cor, iluminando para notificações e para recarregar - novamente, as cores aqui podem ser ajustada nas definições. Em adição à câmara frontal, podem encontrar aqui sensores de luz e proximidade.

A traseira em plástico é um íman de impressões digitais, mas a nossa unidade pelo menos é branca, portanto não se notam particularmente da mesma forma que algo como a PlayStation Vita. Podes sempre substituir este elemento se quiseres; existem até clones do iPhone 5 para as capas traseiras se queres. Remover completamente a traseira oferece a primeira surpresa - dentro existe uma bateria 2000mAh que facilmente podes tirar. Existe também uma entrada SIM de tamanho padrão, ou seja, não precisas trocar o teu cartão por um micro ou nano. O único desapontamento é a falta de entrada MicroSD - portanto pensem bem no espaço de armazenamento ao pensar na compra. O MI2 está disponível em 16GB e 32GB.

No geral, o factor forma do MI2 é agradável. Não fica ao lado dos aparelhos premium mas o seu preço de venda é muito, muito menor e em termos de constituição tecnológica acerta onde conta. A duração da bateria em particular é impressionante: temos seis horas, 43 minutos de visualização de vídeo 720p com o ecrã e volume a 45 por cento - ficamos com 9 por centro de bateria no final do teste. O uso de luz (25 minutos em conversa, 1.5 horas em transferências, 40 minutos em jogos, 3G sempre ligado), a bateria durou três dias, portanto imaginamos que a bateria padrão deve facilmente lidar com um dia de actividade stressante.

Introduzindo MIUI

Por cima das excelentes especificações e proposta básica de valor, um dos pontos de destaque do MI2 é o sistema operativo MIUI 5. Baseado no Android 4.1 mas num estado contínuo de personalização. No nível mais básico tens uma das experiências Android mais aprofundadas no mercado com níveis sem paralelo de personalização desde logo, mas ao mesmo tempo existe a facilidade de uso e natureza intuitiva que geralmente associas a um aparelho iOS.

Por base tens um arrancador ao estilo iPhone, e podes personalizar o tamanho e adicionar widgets. Não estão impressionados com o aspecto padrão do SO? Sem problema, todo o sistema suporta temas que podem completamente mudar o seu aspecto e sensação. E se esse nível de personalização não chega, podes misturar e combinar elementos de diferentes temas, incluindo ícones, esquemas adicionais no ecrã principal, sons, padrões de fundo, estilos da gaveta de notificação e mais.

Tens aplicações mesmo úteis de base, e alguma funcionalidade genuinamente útil e inovadora como o gestor de permissão para aplicações. Vamos dizer que transferes um jogo e subitamente pede que envies uma SMS - vais ter uma janela a perguntar se queres que isso aconteça ou não. O Malware é uma ameaça genuína no Android mas isto ajuda a manter-te em completo controlo. O MIUI 5 também inclui uma firewall de rede, uma firewall de chamadas com listas negras, gravação de chamadas e muitas outras coisas decentes.

Outros destaques incluem a aplicação de música - transfere capas e letras, registo de escutas para o last.fm, e oferece alguns úteis controlos de ecrã bloqueado. Streaming de música e vídeo também está disponível mas atualmente está ligado a servidores Chineses. Mais útil, também tens um equalizador Dolby Mobile e pré-definições. Fora do áudio, o compasso revela pressão e altitude em adição à direcção, existe um gestor de ficheiros interno com partilha FTP, e existe partilha Wi-Fi e integração com a drive na nuvem da própria Xiaomi (com 5GB de espaço). Acima disso, está incluída uma funcionalidade back-up interna, gestor de palavras-passe, anti-vírus e por aí adiante. A nível mais prático, existe também uma aplicação lanterna que podes activar do ecrã bloqueado pressionado a tecla home.

Preparação inicial é levada a cabo em Inglês, mas precisas remover algum bloatware incluindo programas de conversa Chineses e serviços de vídeo. Mais importante, não tens funcionalidades Google de base, mas isto é facilmente remediado no mercado de aplicações ao transferir o Google Play. Mas mesmo com isso não tens algumas funcionalidades pequenas de integração como upload para o Picasa e Youtube, portanto precisas transferir as aplicações YouTube e Google Plus específicas (ou podes ganhar acesso à raiz e substituir um ficheiro no sistema). Outros problemas de localização incluem uma linda aplicação climatérica que apenas mostra o clima na China, e um assistente de voz que fala Mandarim. Felizmente, isto pode ser alterado no próprio serviço da Google.

Outra funcionalidade que gostamos mesmo foi suporte para actualizações ao sistema "over-the-air". Basicamente o telemóvel tem dois sistemas instalados, um activo e outro de apoio. Quando actualizas o teu telemóvel ele descarrega e instala o novo SO em fundo para o segundo sistema. Reinicia e activas a nova actualização com todas as tuas existentes definições e dados. Se não estás contente, o de apoio está sempre lá, significando que podes reiniciar o velho SO sempre que quiseres.

Câmara e vídeo: amigo dos entusiastas

À superfície, as especificações da câmara do MI2 dificilmente são extraordinárias mas os números não dizem metade da história. O que vemos aqui é uma câmara traseira de 8 megapixeis com autofoco e flash LED - o mesmo esquema que o iPhone 4S, mas com ópticas diferentes. Na frente temos uma câmara de 2 megapixeis mais pequena que é absolutamente boa para chamadas de vídeo, ambas oferecem gravação de vídeo a 1080p30. Funcionalidades incluem geo-tag, foco por toque, detecção de faces, estabilização de imagem, HDR e fotografia panorâmica. Até agora tudo bem.

Indo mais fundo temos algumas funcionalidades entusiastas adoráveis, começando com as ópticas de ângulo aberto de 27mm e uma abertura larga de F2.0 que produz belos efeitos de campo de profundidade. Se procuras capturar aquele momento perfeito nas tuas imagens, o MI2 pode disparar continuadamente a 8FPS. Apesar da câmara produzir resultados adequados em modo padrão, também podes activar funções profissionais que oferecem muito, muito mais incluindo grelhas, ISOs personalizados, controlos de exposição, equilíbrio de brancos, som de disparo e outras funcionalidades. A impressão geral é que a companhia pegou num componente fora da prateleira e deu-lhe amor genuíno. Os resultados não batem uma DSLR ou uma decente aponta e dispara, mas com luz decente podes ter resultados bons, como as imagens em baixo demonstram.

É no vídeo que a Xiaomi puxou mesmo pelas coisas. Tens gravação padrão de vídeo a 1080p30 nas duas câmaras, mas além disso podes gravar a 720p60/90. Num mundo onde a maioria das transmissões e vídeo internet estão fixas nos 30FPS ou abaixo, isto pode soar como exagerado mas mais cedo ou mais tarde a resolução física vai crescer e daí vais passar para melhorias noutros lados, sendo o rácio de fotogramas o principal alvo. Rácios de fotogramas mais rápidos também tem aplicações genuínas no mundo dos 30FPS - especificamente, gravações a alta velocidade pode ser visualizadas no rácio de fotogramas mais lento para dar a impressão de gravações em câmara lenta. Também existe uma funcionalidade de vídeo em passagem do tempo. Tudo dito, existem funcionalidades de ponta geralmente reservadas para aparelhos como as câmaras GoPro Hero - tê-las como bónus adicional num smartphone de preço convidativo é de ter em conta.

"As soberbas funcionalidades da câmara resumem a ética deste produto - arquitectura fora da prateleira com um forte foco em níveis de personalização para a satisfação dos entusiastas."

A Xiaomi pegou numa parte de câmara fora da prateleira, encaixou-lhe ópticas decentes e depois extraiu um vasto leque de funcionalidade que ate mesmo os smartphones de ponta simplesmente não tem.

Testes: melhor que o Nexus 4?

Atualizamos a forma como testamos os telemóveis Android, com um par de pensamentos em mente. Primeiro, queremos mostrar a performance em contexto de equipamento que podes já ter, não só com os mais recentes e melhores que avaliamos recentemente. Por essa razão, o Galaxy S2 e a versão internacional do S3 (vendido no Reino Unido) são adicionados juntamente com o existente HTC One X com um Tegra 3.

Segundo, adicionamos novos esforços ao processador do GLBenchmark 2.7 juntamente com a nova ferramenta 3DMark. Estes novos testes são significantes pois são desenhados para se converterem ao longo de equipamentos móveis e desktop/laptop. A próxima vez que ouvires sobre performance "ao nível de consola" de um smartphone, verifica isto. A verdade é que mesmo os mais recentes aparelhos como o HTC One, Nexus 4 e Xiaomi MI2 oferecem apenas um terço do poder em bruto do Intel HD 4000 no Surface Pro, que por si fica ainda bem longe da gráfica da Xbox 360. Ultrapassar gráficos de consola num smartphone é inevitável, mas vai ser preciso um Tegra 5 ou talvez um PowerVR Rogue para isso acontecer.

Como temos um grande conjunto de testes gráficos, pensamos em adicionar o Geekbench - um puro teste ao processador - para adicionar aos nossos testes combinados de funcionalidade na forma do Quadrant e Antutu. Então, vamos ver como todos estes dados se comparam.

Tanto o Quadrant como o Antutu apresentam métricas interessantes. Especificamente, que apesar de ter o mesmo exacto processador Qualcomm APQ8064 Snapdragon processor, o MI2 ultrapassa o Nexus 4 consideravelmente, ocupando um ponto intermédio entre o aparelho Google e o HTC One de ponta. Isto certamente deve-se a componentes que o rodeiam - memória e espaço - pois de resto os aparelhos são muito, muito similares. O Geekbench confirma que o Nexus 4 e o MI2 tem o mesmo poder computacional, e também vemos a vantagem oferecido pelo aumento na velocidade de relógio dos mesmos núcleos do processador encontrado no One.

"Os testes demonstram como o MI2 compete com o melhor dos melhores - e o quão longe atrás ficam os telemóveis do ano passado comparados com os actuais de ponta ."

Xiaomi MI2 Nexus 4 HTC One HTC One X Galaxy S2 Galaxy S3
Quadrant Standard 7603 4906 12488 4870 3920 5127
AnTuTu Benchmark 21528 10580 24374 11065 10270 11950
Geekbench 2321 2263 2816 1455 1133 1716
GLBenchmark Egypt On-Screen/ Off-Screen 42fps 30fps 39fps 31fps 31fps 34fps 22fps 14fps 11fps 11fps 16fps 16fps
GLBenchmark T-Rex On-Screen/ Off-Screen 17fps 13fps 19fps 12fps 13fps 15fps 5fps 8fps 3fps 5fps 4fps 6fps
3D Mark Ice Storm 720p/ 1080p 10157 5790 11019 6400 10054 6297 5878 3350 1702 1212 3225 2321

Em termos de performance, vamos falar sobre o que significam mesmo o on-screen e off-screen em relação aos resultados GLBenchmark. O on-screen equaciona o que vês no ecrã específico desse aparelho. Vais ver que o Nexus 4 é um pouco mais lento que o MI2 - porque tem uma resolução ligeiramente maior. Notem também que o MI2 bate o One nesta métrica, apesar do processador mais rápido da HTC. A explicação é simples: o One tem um ecrã de 1080p ao invés de um de 720p. Pode ter um chip mais rápido que o do MI2, mas tem que servir 2.5x mais pixeis.

Medidas off-screen são um nivelador - o teste gera a 1080p em todos os aparelhos, desligando a v-sync para forçar a gráfica ao seu máximo teórico na performance. O One obviamente vence mas o aumento na vida real na performance está apenas na casa dos 10% ou isso. Olhem também para a performance geral dos aparelhos mais velhos - o tegra 3 via HTC One X tem dificuldades em acompanhar, mas os Galaxies mais velhos simplesmente estão fora das corridas. O que vemos aqui é um ritmo incessante na melhoria da tecnologia móvel e vamos estar curiosos para ver como o Galaxy S4 Britânico se compara. Usa uma versão a 1.9GHz do mesmo processador usado no HTC One (a 1.7GHz) e que o Nexus 4/MI2 (a 1.5GHz).

Em termos do MI2 e como estes testes se traduzem na experiência de utilizador, vemos performance quase tão rápida quanto o HTC One. Mesmo, em tarefas gráficas, existe mais poder da gráfica disponível para servir o ecrã mais pequeno. As especificações sugerem uma proposta altamente apelativa.

Performance em jogos

Os testes revelam algumas surpresas quando transportados para actual experiência de jogo. O MI2 é efectivamente capaz como os mais recentes e melhores smarpthones para lidar com os mais exigentes jogos 3D. Para medir isso, instalamos a aplicação Google Play chamada FPS Meter no MI2 - é efectivamente o FRAPS para Android, produzindo um contador de rácio de fotogramas no ecrã juntamente com um total da média de FPS. Precisa de acesso raiz ao aparelho, mas não é problema para o MI2 - é um smartphone que pede positivamente que seja alvo de hack.

Real Racing 3 opera a nativos 720p e oferece uma boa experiência padrão a 30FPS durante a jogabilidade, com alguma trepidação introduzida durante repetições graficamente intensas. Modern Combat 3 joga-se muito bem na sua maioria, tendo o mesmo nível de performance - novamente na resolução nativa. O graficamente intenso Need for Speed: Most Wanted vai bem além dos 30FPS, em média nos 45-50FP mas com performance variável. Finalmente, o nosso velho favorito, NOVA 3, conhecido por levar ao chão muitas gráficas móveis, também alcança sustentados 30FPS, apesar de trabalho complexo de efeitos afectar a performance.

"O MI2 produziu uma performance muito boa com praticamente qualquer jogo 3D taxativo que usamos. Lançamentos mais velhos oferecem super suaves 60FPS."

Estes títulos representam um esforço bem compreensivo para o equipamento e é basicamente o mesmo tipo de experiência que tens nos melhores telemóveis Android. Rácios de fotogramas altamente variáveis são chatos mas é a natureza da besta. Passem para títulos 3D mais velhos - testamos Sonic the Hedgehog 4: Episode 2 - e temos sustentados e suaves 60FPS. Nem é preciso dizer que comum aos mais modernos smartphones, a performance 2D nem sequer é problema.

Xiaomi MI2: veredicto Digital Foundry

Porque procuramos sequer o Xiaomi MI2? A verdade é que existe um buraco massivo no mercado Android para um smartphone com a tecnologia de processamento mais recente mas a competir com o iPhone 5 em termos do factor forma. O Nexus 4 e o HTC One são aparelhos fantásticos, mas são um pouco para o largo e não são práticos para todos, até porque são incómodos para quem tem mãos pequenas. A este respeito, o MI2 vence, encolhe efectivamente as especificações Nexus 4 para um pacote mais pequeno sem compromissos em termos de duração de bateria e performance. Mesmo, como as especificações demonstram, o MI2 tem até melhor performance que o Nexus em elementos fora do processador principal. Para melhor do nosso conhecimento, não existe nada no Ocidente que ofereça isto, a única alternativa é outra importação Chinesa - o Meizu MX2 - que não é tão apelativo com o seu próprio SO Android bloqueado.

Sem uma real competição Android, o MI2 tem como melhor ponto de comparação em termos de facto forma o iPhone 5. Em todas as dimensões, o aparelho Andoid é uns milímetros mais largo - mais notável em termos de espessura - e é mais pesado., 145g contra os mais leves 112g do aparelho da Apple (mesmo, é um pouco mais pesado que o HTC One). A qualidade de construção também é um grande factor a diferenciar, sendo uma escolha entre metal e plástico. Mas vamos relembrar que também estamos a lidar com um aparelho que é uma fracção do preço com uma duração decente da bateria. Sendo capaz de trocar baterias é útil e até existe uma bateria maior disponível - uma de 3100mAh da própria Xiaomi - apesar de isto tornar o aparelho ainda mais grosso.

Também gostamos do MIUI. Descrito como o melhor dos dois mundos - uma combinação do Android e funcionalidade iOS - e cumpre com a expectativa. Rápido, suave e fácil de usar com um colossal leque de funcionalidades aprofundadas para os que querem ter mesmo o melhor dos seus telemóveis, a Xiaomi testa novas versões todas as semanas e está a melhorar o suporte para Inglês. Onde outrora a Xiaomi era centrada na China na sua visão e serviço de consumidor, temos a sensação que se está a preparar para promover os seus equipamentos no mundo inteiro. Se isso acontecer, desejamos a melhor sorte à companhia - o Xiaomi MI2 é um produto que crava bem o seu próprio nicho, e com o preço e promoção certas, pode ser muito útil.

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