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Yakuza 3

O dragão está de volta.

Depois do lançamento de Kenzan!, um spin-of decorrido em Edo no ano 1605, a série Yakuza está de regresso e desta vez trás consigo o Kazuma que conhecemos e adoramos. Para beneficiar das capacidades da Playstation 3, a Sega decidiu melhorar alguns aspectos para que o jogo consiga acompanhar a evolução mas sem nunca perder de vista a identidade e características definidoras que tanto marcam esta série. Por outro lado, será normal acreditar que a companhia pretende um jogo mais identificado com alguns padrões de exigência actuais para tentar conquistar mais adeptos e quem sabe conquistar o sucesso comercial que os anteriores não conseguiram, pois se Yakuza 1 e 2 tiveram prestações desanimadoras fora do Japão, até mesmo Kenzan! ficou abaixo do esperado no seu país de origem.

Kazuma Kiryu está quase a chegar à Playstation 3, no Japão pelo menos, e para brindar todos os seus fãs com uma pequena previsão do que os espera, a Sega lançou uma demo que para nossa infelicidade é pequena demais mas serviu para esclarecer as dúvidas existentes nas nossas mentes relacionadas com a importação, e não da maneira que seria de esperar. Isto porque mesmo a demo estando completamente em Japonês, tornando impossível perceber a trama em grande detalhe, serviu no entanto para nos relembrar o quão importante este elemento é para toda a experiência e fracturar ao mínimo que fosse o impacto e envolvimento que causa em nós não seria justo para com o gosto que temos pela série em si e pela ansiedade de descobrir esta nova trama que se perspectiva tão interessante quanto as anteriores.

No entanto foi também bastante esclarecedora sobre a evolução e as novidades implementadas na primeira incursão numerada da série na actual geração. É agradável verificar que todas as novidades foram implementadas para servirem o jogo a tornar-se melhor mantendo-se sempre fiel a si mesmo, algo que se torna difícil de criticar quer por fãs quer por novos curiosos.

A demo tem início com a chegada do protagonista à nossa bem conhecida Kamurocho. Assim que chega, Kazuma é surpreendido por uma confusão à entrada do bar Stardust, nada a que não esteja já habituado. Da entrada de Kamurocho ao Stardust são a bem dizer dois passos, mas será aqui que vamos ter a oportunidade de controlar Kazuma e ter contacto imediato com algumas novidades.

A nova perspectiva confere um aspecto mais impressionante ao jogo e a qualidade gráfica presta a sua contribuição.

Ao contrário dos anteriores, em Yakuza 3 temos uma perspectiva por trás de Kazuma com uma câmara completamente controlável. Agora nenhum detalhe nos escapa e já podemos procurar aquele plano ou ângulo de forma a criar o ambiente mais nostálgico ou inspirador quanto nos é possível. Percorrer as ruas de Kamurocho nunca foi tão espantoso e se por um lado confere um aspecto mais realista, por outro também ajuda e em muito a proporcionar um ambiente ainda mais espantoso.

O mais fantástico de tudo é que a cidade está como nos recordamos, o que quer dizer que vamos percorrer todos aqueles lugares e ruas que já conhecemos como a palma da nossa mão, mas agora com total controlo da perspectiva e sem perder nenhum detalhe por causa de uma perspectiva fixa. A imersão do jogador sai bastante beneficiada e esta é uma das mais bem vindas e apreciadas novidades.

Mas ao mudar de perspectiva a exigência para com o motor gráfico torna-se imensamente superior e também aqui o jogo consegue cumprir e surpreender. Mesmo que pequenos pontos ou aspectos pequem pela sua simplicidade, no seu geral Yakuza 3 é visualmente admirável. O detalhe dos personagens, especialmente dos principais e intervenientes na história, ganha ainda maior qualidade nas sequências cinematográficas que usam o motor do jogo, a cidade repleta de néons, cujas ruas são percorridas por um número largamente superior de pessoas, e a própria graciosidade e fluidez dos movimentos, resultando numa experiência melhor e cuja componente visual consegue mais do que nunca estar à altura das inspirações cinematográficas do argumento.