Passar para o conteúdo principal

Yakuza 4

Kamurocho a ferro e fogo.

Enquanto Akiyama é um personagem com um encantadora forma de ver as coisas num mundo cruel, Saejima é um homem desolado e vítima do seu passado, Tanimura é um polícia cujos atos não revelam o seu verdadeiro ser e Kazuma é a lenda que todos conhecemos mas que se vê inesperadamente envolto nos acontecimentos. Consoante o jogador os vais conhecendo e vivendo a cidade na sua perspetiva, vai também ter a oportunidade de abordar e entrar em mini-jogos ou tarefas secundárias específicas a cada um deles que não podem ser feitos com mais nenhum outro dos personagens.

Igualmente específico é o estilo de combate de cada um e uma forma natural de os distinguir mas que os mantém na mesma interessantes e relevantes. Todos eles têm características únicas na forma de combater e qualidades completamente diferentes e torna-se agradavelmente aparente que o jogador tem à disposição quatro personagens diferentes e que cada uma delas poderia ter sido o único protagonista desta aventura. Algo que é igual é a forma como os personagens sobem de nível e melhoram os seus atributos. Ao completar missões e tarefas secundárias podemos ganhar pontos de experiências mas é a combater que se ganham mais desses desejados pontos. O jogador vai ganhado pontos de experiência ao derrotar inimigos e sempre que sobe de nível ganha pontos de alma que lhe permitem adquirir melhoramentos, novos golpes e ainda novas técnicas que o tornam mais forte.

A cidade tem agora mais ofertas e temos diferentes formas de a viver.

Mas o maior valor de Yakuza 4 é a forma como consegue estabelecer uma boa relação entre o ter que ser um videojogos e entreter o jogador com a procura de uma credibilidade e tom cinematográfico que um produto destes requer. Os rufias que nos desafiam na rua, os bares e os salões de divertimento, os sem abrigo que trabalham numa enorme rede de troca de informações, os diferentes grupos rivais que lutam pelo controlo da cidade. Tudo trabalham para dar vida e credibilidade a esta cidade e o certo é que quando o jogador começa a acreditar que a vida neste tipo de meio é mesmo assim, então o propósito está cumprido.

Graficamente Yakuza 4 sobe a parada sobre o seu antecessor, o que não é dizer muito. Yakuza 3 foi um jogo que chegou com um ano de atraso à Europa e mesmo no lançamento original já parecia datado. O novo capítulo mostra um pouco mais de qualidade, as personagens e as suas expressões faciais, parte tão importante da experiência, assumem uma qualidade fascinante e tudo o resto cumpre com o necessário. Por vezes existe a sensação que mais poderia ser feito mas as novas áreas, ambientes mais ricos e movimentos altamente fluidos e suaves cumprem com as necessidades. Num caso como Yakuza 4 basta referir que foram mantidas as vozes originais Japonesas que é logo marca garantida de qualidade e face ao aparato sonora tradicional da série que é mantido, podemos dizer que Yakuza 4 não foge a si mesmo logo não defrauda nem espanta quem já o conhece.

Vão ser precisas várias horas, perto de 20, para conhecer o enredo na sua plenitude e isto se quiserem deixar de "viver" Yakuza 4 e apenas procurarem o enredo. Caso queiram conhecer tudo o que a cidade tem para oferecer individualmente a cada um dos protagonistas e as facetas que assume perante cada um deles, então vão mergulhar numa experiência ainda mais profunda. A quantidade de mini-jogos em oferta realçam a sua personalidade e servem para lhe dar ainda maior credibilidade e tudo resulta em imensa diversão. Yakuza 4 beneficia da ausência dos cortes aplicados ao anterior e que sai valorizado é o produto e o jogador.

Yakuza 4 é provavelmente dentro da sua série aquele que com menos esforço consegue cativar e captar o jogador. Os seus protagonistas e a história que nos dão a conhecer são um enorme aliciante e conseguem um fascínio não visto na série desde 2009. Se são fãs da série Yakuza então não há que enganar, o quarto jogo lima e corrige os erros do anterior e mostra-se mais Yakuza do que a série alguma vez acreditou ser.

8 / 10

Lê também