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Game Boy

25 anos de tradição portátil.

Publicado originalmente a 10 de Maio de 2009, republicamos o artigo no âmbito dos 25 anos do lançamento da Game Boy, a primeira grande consola portátil da Nintendo.

Tijolo, aquário, Nintendo portátil de ecrã monocromático, pequena maravilha, são hoje algumas das designações usuais promovidas pelos adeptos mais próximos da marca para qualificar a pequena consola portátil da Nintendo, que conquistou, sem qualquer margem de oposição, o planeta durante a década de 90 e ao mesmo tempo que se tornou numa das referências inapeláveis do entretenimento electrónico pré século XXI. Para muitos a portátil ainda é considerada como um seguro de vida da marca Nintendo, resgatado quando alguns projectos como a N64 e a GameCube ficaram aquém dos resultados mais desejados e impedindo o colapso de uma empresa sediada em Osaka cujo papel através da Nintendo Entertainment System foi determinante para assegurar a recuperação da indústria dos jogos depois do “crash” provocado na década de oitenta pelo ataque de euforia da Atari.

No fim do mês de Abril, mais precisamente no dia 21, a portátil original cor de betão da Nintendo chegou aos vinte anos depois do lançamento no Japão. Uma data única que põe em primeiro plano um dos mais decisivos períodos da história da indústria dos jogos. Não é que seja impossível perceber uma história reescrita sem a portátil da Nintendo, outra máquina ficaria no seu lugar.

Em qualquer museu dedicado a consolas a Game Boy terá sempre o seu espaço.

Contudo e diante da prevalência daquilo que é mais um símbolo da cultura popular, merecerá sempre o destaque pelo carácter transversal da sua audiência, ganhando sindicância quer diante das pessoas de tenra idade, quer dos adultos que levados pelo impulso da curiosidade encontravam a partir do jogo Tetris uma série de desafios imediatos e complexos.

Em 1989 poucos se atreveriam a perspectivar o futuro da portátil da Nintendo vinte anos depois, na perspectiva de uma Nintendo DSi, mergulhada em funções multimédia e aberta ao ritmo do toque. A principal preocupação era tornar móvel toda a experiência dos jogos em casa a partir de consolas como NES e Master System. E para isso nada melhor que editar para a portátil os títulos lançados para os sistemas domésticos. Super Mario, Metroid, Tetris, World Cup, Castlevania, F1- Race, Gargoyles Quest, entre uma miríade deles, ocuparam os lugares da frente entre os jogos preferidos, sem perder em demasia diante da categoria dos jogos de sala.

O notável sucesso dos jogos primitivos associado à popularidade da portátil que lhes dava vida, permitiu uma construção cada vez maior de novos títulos e a rendição à máquina das editoras e produtoras. Desde produtos oficiais dos filmes e séries, os anos que se seguiram ao lançamento do sistema, comprovaram o interesse em trabalhar e desenvolver para a Game Boy.

Super Mario Land, um dos jogos mais solicitados.

A máquina não encontrava sistema concorrente com capacidade para assacar a liderança, e na posição cimeira se manteve, sedimentada até pelos retoques e transformações indispensáveis perante os avanços tecnológicos até ao lançamento da Nintendo DS em 2004. Game Boy Micro, a última explosão da marca, ainda à venda e com destaque para a edição comemorativa dos vinte anos, serviu de passagem de testemunho para a nova geração de sistemas portáteis da Nintendo. Nesta versão de canto de cisne a maximização das funções ganhou destaque de tal ordem já que pode não ser fácil dar pela portátil no bolso das calças.

A década de 90

À Europa a consola chegou em 1990, quando o mundo já tinha conhecido a queda do muro de Berlim e no ano em que as tropas de Saddam Hussein invadiram o Kuwait. Boris Leltsin foi o primeiro presidente da Rússia apurado a partir das eleições sob democracia pós comunismo e François Mitterrand inaugurava o segundo mandato enquanto Presidente da França.