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Game Boy

25 anos de tradição portátil.

Na televisão nacional, programas como o "Agora Escolha", "He-Man", "Bocas", "Transformers", "Top +" (Catarina Furtado nos 18 anos) ocupavam serões de domingo e fins de tarde, sendo exibidas séries norte americanas com bastante popularidade como "Kitt", "Esquadrão Classe A", "Beverly Hills" e "MacGyver", a figura que tornou um achado o canivete multifunções suiço. Cavaco Silva conquistou a segunda maioria absoluta para o PSD, Mário Soares foi reeleito Presidente da Republica e apesar das dificuldades e das manifestações dos estudantes em Lisboa, crise não era das palavras que ganhava ênfase nos noticiários. Na música os Mettallica ganhavam um novo fôlego com "Enter Sandman" enquanto Freddy Mercury arrancou para outras fronteiras. Nirvana, Motorhead e Guns 'n Roses dinamizavam os concertos ao vivo.

A entrada para os anos 90 deixou uma série de vastas referências, transformações e coordenadas em vários âmbitos, pelo que foi neste quadro histórico que a Nintendo lançou a primeira grande portátil.

Em alternativa às pilhas era possível ligar uma bateria ou transformador.

Na verdade a Game Boy prestava-se a uma inteira revolução na forma como se jogava em máquinas portáteis. Desde logo uma máquina móvel capaz de gerar som estéreo a par de gráficos agradáveis e detalhados. Na prática não ficavam a dever significativamente aos jogos preparados para a NES.

Faltava-lhe gerar cor, mas nem por isso o fundo verde monocromático prejudicava a produção de efeitos e animações em destaque num período de perpetuação dos jogos de aventuras a duas dimensões. Além disso, o êxito inicial e ponto de destaque do sistema também se ficou a dever aos jogos disponíveis. Quase todos equivalem aos da NES (Tennis, Golf, Alleyway, Solar Striker) e por isso despertaram a ideia de poder jogar em qualquer lado algo que até então só podia ser desfrutado diante do televisor.

O Game Boy era uma consola preparada para jogar em conjunto com os amigos. O jogo F-1 Race disponibilizava até um assinalável adaptador para quatro camaradas se juntarem em acesas partidas. No caso do Tetris, o famoso jogo de Alexey Pajitnov que galvanizou a portátil por ser disponibilizado em conjunto com a consola, os jogadores podiam recorrer ao cabo de vídeo Link que permitia a conexão de ambas as consolas e inscrição dos jogadores em partidas competitivas para dois. E não faltava o par de auscultadores para aproveitar em pleno as boas capacidades sonoras do Game Boy.

Game Gear e Atari Lynx atropeladas pelo sucesso da Game Boy

Em 1989 a Nintendo dominava o mercado das consolas domesticas graças à NES. O assinalável sucesso do sistema permitiu aos responsáveis da marca de Quioto investir num outro segmento, o das portáteis. Por isso confiaram ao grupo interno de desenvolvimento liderado por Gumpei Yokoi a tarefa de desenvolver um sistema portátil. Perante a rival Atari Lynx, a primeira portátil colorida lançada no mesmo ano, a Game Boy apresentava especificações inferiores.

Muitos jogos tinham função para dois ou quatro jogadores.

O processador era de apenas 2,2 Mhz e o ecrã monocromático destacava fundos verdes. No entanto, a consola tinha um outro lado pleno de vantagens. Tomada na mão adaptava-se perfeitamente à posição dos dedos. Os cartuchos encaixavam na parte posterior e à frente, um direccional pad servido por dois botões (A e B) assim como os de Select e Start bastavam para fazer uma espécie de controlador da NES com um ecrã.

Além disso a carga de baterias era de uma particular eficiência e consumo moderado que garantia sessões de jogo na ordem das 15 horas. Com tão baixo consumo nenhuma outra rival fazia melhor. Por fim o preço baixo da consola cativou muitos interessados, que arrastados pelo efeito Tetris acederam à tecnologia disponível na palma da mão.