A caminho de Street Fighter IV - Parte 4
A luta é tudo!
E assim chegamos à quarta parte deste especial Street Fighter, o último, e onde ao longo de quatro semanas percorremos as principais linhas da série Street Fighter:parte 1, parte 2 e parte 3. Um percurso histórico alicerçado num modelo de sucesso, desenvolvido com respeito ao longo dos anos mas sem deixar de promover as alterações e melhoramentos necessários para tocar no ponto a cada novo rumo, a cada avanço. Sempre com as melhores expectativas, não só de quem forma um novo modelo, mas de todos os que o podem experimentar. Não basta criar um jogo com determinados esquemas e linhas de orientação se esse mesmo título não for jogado e não perdurar irremediavelmente nas memórias dos utilizadores.
Inaugurar um género é uma árdua tarefa. Começa numa zona despovoada e sem grande adesão, até que paulatinamente os jogadores se deixam levar pelas novas coordenadas e geram uma onda de entusiasmo. Como dissemos na primeira parte, Street Fighter não conquistou audiências, nem foi o primeiro grande “fighting game”. Porém, já carreava os genes e elementos necessários para se transformar num imenso ponto de partida. Com Street Fighter II a Capcom assumiu em definitivo o êxito da franchise e com o estímulo crescente das arcadas, onde os jogadores se debatiam na exploração de mais personagens, golpes inovadores, estratégias e segredos, a meio da década de noventa a lenda formava-se e expandia-se, mesmo quando as produtoras concorrentes abocanhavam um quinhão do género enquanto exploravam outras dimensões e patamares.
Mas como um bom jogo que se quer, experimentado e jogado com fervor, as saturantes filas completavam a importância das máquinas de arcade enquanto muitos jogadores e adeptos se acotovelavam para ver mais um combate renhido. É com a série Street Fighter, na versão três, que teve lugar o combate mais empolgante, demente e dramático de sempre, quando em 2004 e no decurso do torneio Evolution nos EUA, o exímio em fighting games e especialista de Street Fighter, o japonês Daigo Umehara, bateu na meia-final o nova iorquino Justin Wong, na reviravolta mais lancinante. Com muito ou pouco jeito, os jogadores aspiram à mesma dose de sucesso, ainda que sujeitos a limitações, e nessa disponibilidade que a história comprova que poucos se recusaram a aceitar reside a maior conquista que a Capcom apenas podia sonhar quando preparou Street Fighter.
As decisões certas trouxeram-lhe um espaço forjado e selado a ouro na cena dos fighting games. Não vai acabar com Street Fighter III Thrid Strike e, sem pejo, as deficientes tentativas de vingar nas três dimensões, na forma de Street Fighter EX, só elucidam que saltar fora do percurso pode ser melindroso. Mas enquanto não faltarem programadores da casa, os grandes conhecedores do carácter da série, assim como adeptos e entusiastas, estes os titulares de momentos inacreditáveis como aquele em que de repente Daigo Umehara se viu envolvido, a lenda Street Fighter viverá. Porque no fim e como disse Daigo Umehara “todos aspiram a um combate daquela dimensão”.
Street Fighter III – New Generation
Tal como o subtítulo indica, Street Fighter III marca o nascimento de uma nova visão para a série. Três pontos saíram reforçados: um novo esquema de jogabilidade, gráficos melhorados e reformulação da apresentação das novas personagens. Para garantir este crescimento da série a Capcom substituiu a placa CP System II por uma terceira versão, mais potente e capaz, possibilitando desde logo um “boost” no grafismo enquanto que a animação não dava o mínimo sinal de dificuldades.
Tentar uma comparação com Street Fighter Alpha só ajudava a pôr em evidência o acento da evolução galopante, desde os cenários às execuções dos golpes das personagens, a nova postura em combate assumia-se realista, expressiva e dinâmica. A jogabilidade acompanhou o ritmo da evolução com apreciáveis novidades que renovaram o esquema de combate através de pormenores que permitiam um bloqueio constante das investidas do adversário.
Mas antes disso, tempo para situar esta terceira incursão. Os acontecimentos desta terceira versão ocorreram vários anos depois de Super Street Fighter II Turbo. Ryu e Ken tinham mais idade, em contraponto com o aspecto juvenil da série Alpha, e estavam mais fortes. Nesse espaço temporal Ryu tinha aperfeiçoado as técnicas de combate e Ken passou a cuidar do seu filhote que nascera entretanto. Tinha três anos ao tempo de New Generation.
As restantes oito personagens que fecharam o naipe de lutadores eram totalmente desconhecidas, com o destaque repartido por Sean, Alex, Yun, Yang, Dudley, e Elena. Seria no entanto Alex a concentrar atenções. Um lutador forte que detinha uma combinação de golpes poderosos e projecções do adversário semelhantes ao estilo de luta livre. Era um “protótipo” de Zangief e por isso ficou como um dos mais representativos do grupo.