Alone in the Dark
Com inimigos destes podemos nós bem
Foi com bastante expectativa que aguardámos a sequela daquele que foi o primeiro jogo de terror em 3D, mas depressa percebemos que Alone in The Dark não passava de um título medíocre. Desculpem começarmos desta forma, mas é de facto triste ver um jogo com tanto potencial ser lançado no mercado com todos os problemas que contém.
Tal como nos velhinhos jogos da série, neste também controlamos Edward Carnby. Se são jogadores da velha escola, e se conhecem a história dos jogos anteriores, sabem que existe uma discrepância de algo como 100 anos em relação aos acontecimentos deste. E não é por acaso, já que a história deste Alone in the Dark desenvolve-se devido a este pormenor. Edward acorda sem saber quem é, e acaba por ser este o objectivo dele: descobrir a sua identidade.
A única versão a que tivemos acesso, para a PlayStation 2, é claramente uma "conversão" das versões de nova geração, e isso ressente-se na qualidade, nomeadamente nos gráficos. Por vezes o cenário que se encontra longe de nós não passa de algumas manchas desfocadas. Em outras já apresenta prédios iluminados com bastante qualidade, o que demonstra que o jogo foi produzido à pressa para acompanhar o lançamento das restantes versões.
Apesar do nome do jogo, sozinhos é o que não vamos ficar ao longo do título. Existem resmas de personagens que são importantes para o desenrolar da história, e que nos acompanham na maioria dos 10 capítulos presentes.
Estes 10 capítulos podem-se dividir por várias fases, mas apesar de parecer longo, se tiverem alguma persistência podem passar o jogo em algo como um dia. A fórmula utilizada para abrandar o nosso ritmo é a frustração. Frustração porque os movimentos da personagem são pouco eficazes; frustração porque Edward não se segura às plataformas e cai nos abismos; frustração porque não existem inimigos suficientemente desafiadores. Parece que somos nós contra o cenário, e não contra as poucas criaturas que vamos encontrar ao longo do jogo.
Alone in the Dark sofre de um terrível problema de inteligência artificial. Os zombies, se evitados, não nos fazem mal, e outras criaturas chegam mesmo a ficar paradas à nossa frente sem nos fazerem um arranhão.
O melhor que o jogo tem para oferecer é a resma de puzzles, e esta é uma das únicas razões que nos incentiva a avançar. Para passar de nível temos de vasculhar tudo e mais alguma coisa, até o interior de veículos. Às vezes as respostas não são óbvias, por isso ficar retidos numa determinada área durante bastante tempo vai ser constante.
Mas não temos que estar sempre a resolver puzzles e a matar monstros. Existem secções onde é possível andar de carro e, numa fase mais avançada do jogo, de empilhadora, mas como já previa-mos, estes comportam-se de forma extremamente irrealista, parecendo blocos de pedra.
Apesar de podermos alternar entre a vista na primeira e a terceira pessoa com um simples pressionar de "círculo", a câmara sofre de graves problemas. O principal é mesmo o facto de não podermos olhar para baixo, ou seja, se tentarmos apanhar algo que esteja no chão, temos de nos afastar um pouco para podermos ver o objecto. Se tentarmos o mesmo na terceira pessoa a câmara apenas muda de posição, o que é verdadeiramente frustrante.