Animal Crossing: New Leaf - Análise
Mundo natural.
Mais tarde, podem desbloquear outras lojas como o clube de diversão nocturno Club LOL e o Shampoodle. A Nookling Shop ficará maior, depois de muitos negócios, e haverá uma loja de jardinagem que também se poderá expandir para o espaço do Timmy e Tommy. No final, a composição desta rua fica totalmente diferente; mais bonita, cheia de luzes neon e animada, como uma mini Las Vegas. É a partir daqui que podem aceder à Dream Suite. Esta secção permite-vos visitar as vilas de outros jogadores, através da ligação à internet. Embora seja possível entrar noutras vilas, as acções como corte de árvores e apanha de frutos não terão reflexo na realidade. De modo diferente, através da estação de comboios, é possível abrir as portas da vila a outros jogadores. Mas neste caso, as acções que realizarem na vila de outro jogador terão efeitos, pelo que convém certificarem-se de que recolhem importantes items, já que alguns visitantes podem sentir-se tentados a meter ao saco o que encontrarem pelo caminho.
A ilha tropical do Tortimer é outra das novidades. Ao princípio encontra-se bloqueada, mas assim que tiverem pago o empréstimo da primeira casa, poderão deslocar-se à ilha. Quem vos leva até lá, numa deliciosa jornada de barco, é Kapp'n, ele que canta sempre diferentes letras, fazendo desses passeios momentos únicos. A ilha oferece uma espécie de jogo multiplayer, já que até quatro amigos podem fazer viagem e participar numa série de mini-jogos como pesca, mergulho, caça de insectos, corrida em labirintos, entre muitos outros mini-jogos de dificuldade variável. No final, serão graduados com uma pontuação que vai do ouro ao bronze. Qualquer um destes resultados garante medalhas, com que podem trocar por objectos exclusivos da ilha. Neste paraíso tropical encontram diferentes frutas, podendo trazê-las na volta a casa. Se conseguirem reunir árvores de fruto de várias espécies terão imensas fontes de receita.
Outras mudanças em AC: New Leaf verificam-se por exemplo, na ausência de Mr Resetti, a toupeira que habitualmente emergia do solo para vos moer a cabeça por terem desligado a consola sem gravar o jogo. Ele aparece uma primeira vez e prova toda a sua habilidade em dar a volta às desculpas que inventem por terem saído do jogo sem gravar, mas se quiserem contar com ele para o futuro, terão de reabrir o "Reset Survillance Centre", pois está na lista das obras públicas e não é nada barato.
Em termos visuais, New Leaf dá um grande salto relativamente a Wild World, a última experiência portátil da série. Mais perto do que vimos na versão Wii, é de facto um jogo limpo, pormenorizado, mais fluido e dotado de uma animação admirável. As cores oferecem grandes contrastes e os efeitos da luminosidade ao longo do dia são impressionantes. Junto ao mar, os efeitos das ondas na areia estão muito mais destacados e há muitos outros pormenores como o fumo que sai pela chaminé das casas quando alguma personagem está lá dentro ou a luz acesa durante a noite, sem esquecer os pirilampos. É realmente um jogo estupendo, destacando-se especialmente pelos efeitos 3D, que lhe conferem mais profundidade.
Importa referir que os diálogos raramente se repetem. As personagens falam sempre de coisas diferentes e há um tom permanentemente cómico e humorístico. Numa ida à praia encontrei um pato estendido no areal que delirava. Era um marujo que perdera a sua embarcação. De volta ao Quénia, para onde seguia em viagem, envia-me pelo correio uma carta contendo um presente. São pormenores como este que ajudam a fazer de AC: New Leaf um jogo capaz de surpreender a qualquer momento e vale a pena conversar com as personagens. Muitas vezes oferecem presentes se lhes executarmos pedidos e serviços.
A banda sonora recupera alguns temas clássicos, mas também existem muitos temas originais que se ajustam aos diferentes momentos do dia, embalando o jogador com toda a sua harmonia.
O desenvolvimento da vila ocupa um significado central, mas nem por isso deixa de ser relevante o destino que damos à nossa casa, o espaço que vamos mobilando de acordo com os nossos interesses. Se quisermos podemos até clicar nos botões R e L em simultâneo para tirar uma fotografia, mostrando ao nosso mundo o interior da nossa casa, e quais os items que mais gostámos. As possibilidades de crescimento da casa são enormes e não existe um fim declarado. É possível modificar sempre o interior, desde o papel de parede, às carpetes. Muitos items podem ser tocados. Por exemplo, os televisores emitem um som, os gramofones uma música, uma guitarra uns acordes e um frigorífico pode ser aberto. É quase infindável a lista de items criados para este jogo e, por muito que se esforcem e joguem dias a fio, tê-los todos será quase impossível. E depois ainda há os objectos alusivos à Nintendo e às diversas séries da casa, desde Super Mario a Metroid.
Animal Crossing: New Leaf é um jogo de carácter social diferente de outras opções que existem no mercado. Sendo certo que a ausência de desafios mais destacados, associada a tarefas simples, como pesca, caça aos insectos, descoberta de fósseis e jardinagem, pode dar a impressão de um jogo pouco profundo, há uma progressão constante, muito mais repartida no tempo e com efeitos visíveis a longo prazo. Não é um jogo para se acabar numa semana, em semanas ou num mês, em dois meses, ou em três. AC: New Leaf é jogo para um ano inteiro e o pouco que possam jogar por dia, será suficiente para descobrirem que os seus limites estão muito para lá do expectável e que, quando menos esperamos, surpreende e brinda-nos com momentos divertidos. A satisfação não será tão voraz como noutros jogos, mas chega em doses certas e impressiona ir descobrindo como podem fazer da vossa vila um local autêntico e natural, quase mágico. Bem mais inovador e avançado que o anterior jogo para a portátil DS, New Leaf funciona como um diário. Quando começamos a escrever sobre as nossas façanhas naquela vila a que atribuímos um nome na viagem de comboio, não sabemos ao certo quando vamos deixar de as escrever. Um final em aberto.