Passar para o conteúdo principal

Cop: The Recruit

Ao abrigo da Lei!

Os produtores da Ubisoft acreditaram que Chinatown Wars não devia figurar na Nintendo DS como grande titular de um jogo portátil capaz de entregar uma cidade aberta à livre de exploração e tendo por base grandes doses de acção. Com empenho, a máquina da Nintendo ainda pode proporcionar bons resultados e entre os mais ambiciosos projectos estão alguns jogos com uma oferta capaz de medir forças com produções da geração anterior, ainda que reduzidos ao suporte. No entanto, bem se pode dizer que com COP the Recruit, a Ubisoft não foi com meias medidas. Num jogo totalmente erigido a três dimensões, sem perspectivas isométricas, os produtores foram capazes de erguer uma Nova Iorque suficientemente abrangente e acomodada, pondo o jogador ao serviço da justiça, na luta contra o crime. Para isso conceberam perto de sessenta missões, que por si garantem uma boa longevidade e adaptaram de uma forma globalmente positiva o esquema de jogo às particulares funções da DS.

A ideia deste jogo é ambiciosa, mas também se detectam facilmente as semelhanças e pontos de encontro que estão na base de GTA o que acaba por anular algum do efeito surpresa. De todo o modo consegue pôr em prática e atingir muitos dos atributos a que se propõe, entregando missões diversificadas, acção e uma permanente circulação pela cidade entre fases a pé ou a bordo de um veículo. Outro aspecto a ter em conta no tratamento da narrativa é a colocação de desenhos quase ao estilo de um livro “comic” e muitas dessas sequências ganham força mesmo no decurso das missões.

Controlando a situação.

Dan Miles é o polícia protagonista. Outrora um fora da lei e presente em corridas ilegais acabou por converter-se ao organismo policial que assegura o controlo da cidade (City Control Division) de Nova Iorque. Na prática não lhe foi vedado muito daquilo que lhe preenchia as medidas: acção, perseguições em automóvel e tiroteios. A experiência acaba assim por dividir-se maioritariamente nos momentos passados a pé, erradicando grupos de bandidos através de um “shooter” na terceira pessoa implementado e adaptado à “stylus” para os confrontos que tanto podem ser despoletados de rompante, como pode ser aplicada uma vertente mais furtiva. Para além disso ainda há que contar com as perseguições automóveis. Diga-se que a este respeito o controlo dos veículos podia estar mais afinado. O carro deambula demasiado e ao cruzar outras viaturas, por causa da direcção mais instável, ocorrem frequentes batidas, interrompendo uma perseguição necessária em tempo limite.

Boa parte do tempo é ocupado através de acções mais básicas como encontrar determinado grupo de agentes e conversar com outras personagens a fim de partir para novas missões. Há uma certa rotina no encadeamento das missões, mas aqui o jogador também pode optar por responder a um apelo de uma esquadra de polícia que aponta para um gang em distúrbios nas redondezas e evitar o prosseguimento imediato para a missão seguinte. Nem sempre estes apelos são obrigatórios, até porque envolvem frequentes tiroteios e sem munições suficientes para dar conta do serviço o resultado final pode não corresponder às expectativas.