Teoria: Windows 8 e o futuro dos jogos no PC
DF sobre o que o próximo OS da Microsoft significa para os videojogos.
A Microsoft apresentou a sua visão para o seu sistema operativo de próxima geração, o Windows 8. É um intrigante conceito no qual o desktop com o conhecido ponteiro do rato foi relegado para o seu estado de legado a favor de uma “experiência” baseado por toque e por azulejos. O futuro está traçado para o point-and-click: segundo a Microsoft, e até mesmo a Apple – que provavelmente vai lá chegar primeiro – o futuro está nos gestos, toques, passagens e multi-toque, com o rato bem a caminho de ser deixado em favor de uma nova interface de controlo.
Está tudo na convergência. Baseado na imensamente intrigante demo Windows 8, é claro que a Microsoft tem sérios designs para o mercado móvel – quer unir os sistemas operativos desktop e móvel. Apesar da Apple manter a divisão OSX/iOS, a abordagem da Microsoft é trazer o mesmo sistema operativo a todas as plataformas. O novo SO vai ser lançado nos tradicionais microprocessadores x86/x64, mas também vão suportar ARM, o objetivo é levar uma versão totalmente formada do Windows aos aparelhos móveis tais como smartphones e especialmente aos tablets.
Existem grandes questões ainda por responder sobre esta imensamente importante fase de transição. Primeiro, é o Windows 8 na verdade um novo SO ou é meramente uma carapaça por cima de um tradicional interface desktop e toda a bagagem da base de código Server 2003/Vista/7? É esta carapaça robusta o suficiente para ser flexível quanto as versões anteriores? Pode o Windows 8 ser suficientemente miniaturizado e ajustado para correr num smartphone ou tablet?
Em alguns pontos a Microsoft tem sorte, pois o SO não será lançado até 2012, e o sector móvel está atualmente a viver o que poderias chamar de corrida tecnológica: tanto o CPU como o GPU está a transitar para uma arquitetura dual core, com o processador A5 da Apple em particular a subir a parada na performance de processamento e gráfica móvel a novos níveis. Isto é apenas o início: pela altura em que o Windows 8 chegar (acredita-se pelo final do próximo ano), o jogo deverá ter passado novamente para os componentes quad core.
Na verdade, a Microsoft já demonstrou o Windows 8 a correr num tablet Kal-El da NVIDIA que tem um quad core. Nesta notícia da Engadget vemos a mesma tecnologia a correr um número razoavelmente impressionante de jogos, incluindo uma versão bem convincente de Lost Planet 2 – sim, o motor MT Framework que dá vida a jogos Xbox 360, PC e PlayStation 3 – a correr num tablet.
Lost Planet 2 num Kal-El parece ter falta de efeitos e uma contagem de poligonos baixa, comparado com o jogo que estamos habituados a ver nas consolas, mas não podemos esquecer, isto é apenas o início: ainda é cedo para os jogos móveis dentro do grande esquema das coisas. Na verdade, a Vita da Sony pode muito bem ser um melhor indicador do nível de qualidade nos jogos que podemos esperar pela altura que o Windows 8 chega aos tablets.
Em termos do quanto se pode aumentar o Windwos, e as inevitáveis questões sobre “inchaços”, é razoável assumir que a RAM e armazenamento vão-se tornar mais baratos, tornando a transição menos dolorosa – e a Microsoft tem alguma experiência em reduzir os seus sistemas operativos: acredita-se que o Kernel da Xbox 360 é baseado em código Windows e ocupa menos de 32MB. Claramente, o Windows 8 vai ser significativamente maior mas o ponto é que a Microsoft pode reavaliar o seu SO dependendo do tamanho e escala dos recursos que acredita irem estar disponíveis na próxima geração de tecnologia móvel.
Na verdade, apesar das probabilidades serem que versões móveis inferiores/otimizadas sejam a norma, podes ser capaz de correr tradicionais jogos PC no teu tablet de próxima geração. Apesar da ARM ser merecidamente o foco da tecnologia móvel atualmente, a Intel simplesmente tem que ser considerada. A sua tecnologia Atom deve ser melhorada para diretamente abordar o domínio ARM no mercado móvel. Enquanto um chip x86 tradicional pode parecer um pouco ineficiente em comparação com os recentes CPUs ARM, o facto é que ninguém pode igualar a Intel na sua fabricação de tecnologias – em 2014, o Atom vai estar num incrivelmente minúsculo processador de 14nm com eficiência de poder e duração de bateria bult-in simplesmente pela virtude da forma como o chip foi fisicamente produzido.