DmC
Dantes é que era.
Uma das preocupações das produtoras, para além, como é óbvio, quererem fazer dinheiro, é satisfazer os jogadores ávidos de novas experiências, ou na melhor das hipóteses ver a sua série preferida receber um novo jogo. Esta última variável é muito importante, principalmente porque estes fãs são quem em geral tem a voz mais forte, e se a série cair mal nos seus desejos, poderão contaminar todo um conjunto de jogadores que pouco ou nada sabem da série. Isto parece ser o que está acontecer com Devil May Cry, não querendo dizer que os fãs estejam errados. Não estão. Mas também não estão certos.
Finalmente tive a oportunidade de ter em primeira mão, literalmente, o vislumbre do novo jogo da série, denominando-se apenas de DmC. Talvez o conflito entre a equipa de produção e os fãs da série comece aqui, é o verdadeiro indicador que o novo jogo, e também o novo Dante quer quebrar com o passado, quer ser alguém novo. Depois de uma conversa com o fundador dos estúdios Ninja Theory, Tameem Antoniades, e produtor do novo Devil May Cry, e ouvir a sua visão de Dante, talvez tudo passe a fazer sentido. Tameem Antoniades partilha um sentimento, se calhar este deverá ser encarado como um novo jogo, o início de uma série. Digamos, a visão de Devil May Cry dos estúdios Ninja Theory. Mas logo o responsável por parte da Capcom comenta que este é um jogo da Capcom, que têm acompanhado a produção e que tudo é visto. Mas esclarece que a Ninja Theory teve liberdade de produção e de mudar a série.
Temos que esclarecer que neste novo jogo Dante é novo, estando no início da sua luta contra as forças do mal, o que quer isto signifique num mundo completamente corrompido pela escuridão, até mesmo Dante.
Sobre o aspeto de Dante, para além de ser mais novo, daí a falta de ligação com os anteriores jogos, tem também um pouco de Tameem Antoniades. Agora fica a questão, será Dante à imagem de Tameem Antoniades, ou Tameem Antoniades à imagem de Dante. Antes da apresentação do jogo, o nosso colega Jorge Loureiro perguntou por que Dante mudou de penteado, a resposta é óbvia, Tameem Antoniades também tem um novo penteado. Até a roupa é a mesma. Penso que seja um sinal dos tempos, os jogos são uma forma de arte, e tendem cada vez mais a revelar os fundamentos e ideologias dos seus produtores, embora também se queiram livres de conceitos que possam de certa forma adulterar uma série conhecida, como é Devil May Cry.
A demo que tivemos acesso na Gamescom continha três níveis, o Big Brother, The Secret e The Crush. O primeiro Dante caminha numa cidade perfeitamente normal, mas tudo muda quando a cidade é transformada (corrompida) e aparecem os monstros vindos do mundo paralelo. Com eles vem também uma nova personagem, apenas descrita como rapariga fantasma, que ajuda Dante a comunicar entre os dois mundos. Tentamos saber mais sobre ela, principalmente se teria um papel mais ativo no jogo, para além das dicas que ia dando. Mas Tameem Antoniades não abre o jogo sobre ela.
Neste nível é mostrado o combate, que segundo a Ninja Theory é o fator mais importante do jogo, isto em conjunto com o enredo e do aspeto de as cidades virarem-se fisicamente contra Dante, tentando bloquear a sua progressão. Dante está rápido, dinâmico e super atlético, misturando golpes de espada e armas em cada mão, desimando tudo à sua volta, como quem barra um pão.
Foi referido que as lutas no ar são uma das maiores novidades no jogo. Agora podemos manter-nos mais tempo no ar, principalmente quando revelamos o nosso lado negro. Um dos golpes mais espetaculares é quando Dante cai de cabeça a rodopiar com as duas armas a disparar. Dante também pode puxar os inimigos, encadeando combos mortais. Mas para já o que foi mostrado está ainda numa fase "seca", onde os inimigos não são tão agressivos como esperávamos, e mesmo os "arredores" sentem-se ainda vazios de atividade.