Exclusivo: Eiji Aonuma
Os 25 anos de Zelda e o futuro.
Sabes, é interessante levantares a ideia de ligar histórias pois para ser honesto, regressar ao mesmo mundo e continuar essa mesma história é algo pelo qual nunca tive particular interesse. Gosto é da ideia de pegar num mundo de jogo e ver o que mais posso fazer em termos de jogabilidade com ele. Por exemplo, após Twilight Princess tivemos Crossbow Training que se te lembrares é um jogo obviamente muito diferente, mas usa o mesmo mundo de Twilight Princess e achei isso muito interessante.
Mas no geral, não vou continuar com o mesmo tipo de interação geral de um jogo Zelda típico e continuar logo após um Zelda que terminou. É algo com o qual tipicamente não estou muito envolvido. Majora's Mask nasceu da ideia de em Ocarina of Time haver esta jogabilidade que estabelecemos ali e depois pensamos 'e se todos estivessem em confronto interno consigo mesmo neste mundo?' Tornou-se num jogo muito diferente. Obviamente haviam muitas similaridades mas dinamicamente era um jogo muito diferente em muitos pontos.
Daí ser uma das razões de não me importar em ter esta espécie de continuação, um jogo após Ocarina of Time que tem o mesmo mundo. Mas no geral é até aonde vou, não gosto de continuar a história, ter uma sequela direta, é algo pelo qual não estou interessado. Mas ganhar inspiração de um título anterior e aplicar novos elementos de jogo é algo que certamente gosto de pensar e considerar.
Bem, obviamente, em adição aos concertos e a tudo o que viste, algo grande que também já viste é a versão DSi de Four Swords. Na verdade, quando regressar ao Japão vou ter que trabalhar mesmo rapidamente e assegurar que temos tudo pronto e é lançado para o mercado e fique disponível dentro do tempo designado. De momento essas são as grandes coisas, mas estou extremamente interessado em ver como os fãs reagem ao tipo de material e comemorações que vamos realizar.
Mas estou sempre a pensar em que outras coisas podemos fazer que vão entusiasmar e envolver os fãs. Portanto de momento o que temos de grande é a orquestra e não temos nada mais a anunciar mas estou sempre a ouvir e a atento a como as pessoas reagem.
Certamente ouvi pessoas com esse mesmo desejo antes. Definitivamente espero um dia poder satisfazer os fãs com algo que eles querem, mas não posso prometer nada agora. Ainda tenho que terminar Skyward Sword e depois disso passar para Four Swords e depois disso ainda há tanto para fazer. Mas claro, estou a ouvir e penso nessas coisas.
Sim, são os 25 anos de Zelda, mas eu apenas estive realmente na liderança da série há cerca de 13 anos, é algo que quero assinalar. Tenho-o feito há 13 anos, se tirares 13 a 25 ficas com 12 certo, que é o tempo em que Miyamoto San liderou a série diretamente, a controlar tudo, o que quer dizer que pelo menos em termos de Zelda sou um ano o sénior dele.
Sim, penso que se limitares aos 13 anos em que estive envolvido. Pensando nisso, fiz vários jogos Zelda até agora e o senhor Miyamoto nunca me disse, 'Ok já fizeste muito nesta série penso que já terminaste'. Para mim isso diz que ele reconhece e aprova o meu trabalho, provavelmente pensa que é bom. Como criador, qualquer criador, é um grande elogio e orgulho-me disso.
Quem sabe o que o futuro reserva? Sabes, esta sempre foi uma questão curiosa para mim. Eu mudo, eu fico mais velho, os meus filhos crescem, eu próprio me pergunto para onde vai a série a seguir, o meu staff pergunta a mesma coisa. Como vão as coisas mudar seguindo em frente. É provavelmente a razão pela qual nunca quis parar, não consigo parar de fazer jogos Zelda. Não consigo deixar de pensar como vai mudar, crescer e transformar-se em seguida
Nesse sentido vejo-me como uma mãe para a série de muitas formas, é o que me mantém interessado em ver para onde vai. Digo mãe porque o senhor Miyamoto é o pai.
Se tivesse que escolher uma funcionalidade teria que dizer o novo comando em si. Obviamente que os ecrãs tácteis existem em muitos lados, temos um na 3DS, por exemplo. Mas a ideia de ter dois ecrãs, um deles nas tuas mãos, e a forma como o próprio pode tornar-se numa ferramenta no mundo de Link, na série Zelda. Tudo desde gerir o inventário, mapas e tocar e interagir com o ecrã táctil para mudar coisas no ecrã grande. Esse tipo de interação vai trazer grandes e significativas mudanças ao universo Zelda.
Obviamente que não podemos deixar de agradecer a Nelson Calvinho e a todos na Nintendo que permitiram que esta entrevista fosse realizada. Todos e quaisquer agradecimentos vão ser poucos e também não podemos deixar de agradecer toda a boa disposição do senhor Eiji Aonuma que se revelou um homem tão fascinante quanto sempre o imaginei.