El Shaddai: Ascension of the Metatron - Análise
Mais que um simples jogo.
A indústria dos videojogos japonesa pode não ter a mesma glória que tinha há anos atrás, mas de vez em quando, ainda surgem autenticas pérolas naqueles lados. Cada vez mais vemos mais e mais jogos espetaculares, dos mais variados géneros, a serem produzidos no Ocidente e a atingirem níveis de sucesso que nunca se acreditava ser possível para um videojogo. Apesar disto tudo, os jogos ocidentais falham por vezes em apresentar algo diferente, e para quem tem a oportunidade de experimentar diversos jogos por ano, é um fator importante.
É neste ponto que El Shaddai: Ascension of Metraton, produzido pela Ignition, brilha, oferecendo uma experiência completamente fora do normal. E o mais curioso, é que é um jogo bastante simples, e ainda assim cativante.
A jogabilidade combina certamente com esta simplicidade, havendo só um botão para atacar. Os diferentes combos são resultado do ritmo com carregamos nesse botão e variam conforme a arma equipada naquele momento. As armas são bem diferentes umas das outras. A Arch (emite um feixe de luz cortante) é a arma ideal para combates a curtas distâncias e garante alguma agilidade. Por oposto, temos a Gale, uma arma em formato de anel acompanha de dardos flutuantes, excelente para causar danos a longas distâncias e muito ágil. A Veil é bem diferente destas duas, capaz de causar grandes danos e de servir como escudo, é por consequência, muito lenta nos ataques.
O combate e as suas animações são elegantes, e enquanto jogamos há uma sensação de calma e tranquilidade, não sentimos a necessidade de carregar depressa nos botões para eliminar os inimigos, algo que por vezes acontece em outros jogos do género. De facto, para mim El Shaddai foi uma experiência relaxante, sem qualquer tipo de nervosismos e ataques de fúria por não conseguir passar alguma parte.
O que contribui em grande parte para este efeito, é que raramente perdemos. Se tal coisa acontecer em combate, basta carregar algumas vezes quadrado/X/R1/L1 em simultâneo para ressuscitarem. Talvez isto vos soe estranho, mas El Shaddai é um jogo que aborda temas religiosos, sendo baseado no Livro de Enoque (ver Wikipédia). Para perderem realmente, terão que "morrer" várias vezes seguidas (chega-se a um ponto em que carregar quadrado/X/R1/L1 não funciona), e aí sim, o jogo regressará ao checkpoint anterior.
A estória é confusa e difícil de acompanhar, mas ao mesmo tempo, há sempre um pouco de mistério no ar que cria um certo charme no jogo. De qualquer forma, aqui fica o que consegui perceber. da estória Em El Shaddai controlamos Enoque, cuja missão é eliminar sete anjos caídos que estão a alterar a ordem de evolução natural dos seres humanos, caso não o faça, Deus originará uma cheia que limpará o planeta todo. Ao longo da aventura somos acompanhados por Lucifel, aquilo que parece ser um anjo da guarda, que no final de cada capítulo resume aquilo que aconteceu, servindo também de narrador.
Um conceito interessante introduzido em El Shaddai é o da degradação. Com a sua utilização, as armas vão ficando impuras e adquirem a cor vermelha, substituindo o branco original, e causam menos danos. Para purificarem a arma basta carregarem no L1. A armadura de Enoque também sofre de degradação e começa a cair aos pedaços caso sofram uma grande quantidade de danos continuadamente. A degradação da armadura funciona como uma barra de vida. Assim que perderem por completo a armadura estarão completamente vulneráveis