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F1 2011

Segurar o triunfo da época passada.

Nestes primeiros anos de uso da licença da Fórmula 1 a Codemasters parece ter ido buscar alguns ensinamentos ao motociclista italiano Valentino Rossi. Um ano para aprender, outro para ganhar. Assim foi. Em 2009 a Codemasters recorreu à produtora Sumo Digital para desenvolver F1 2009 em exclusivo para a Wii e para outras plataformas móveis digitais. O resultado final foi bastante satisfatório, não só porque isso significou o regresso de um concorrente de peso nos jogos de automóveis, mas também por ter servido de rampa de lançamento para F1 2010 já como multiplataformas.

Com o desenvolvimento da versão 2010 entregue aos estúdios internos em Birmingham, o primeiro jogo para a nova geração de consolas provou ser um sucesso. Mais de 2 milhões de cópias chegaram às lojas e ainda entrou num "mano-a-mano" com desfecho a seu favor contra rivais de peso como Fifa 11 e FM 2010 nos prémios BAFTA para a categoria do melhor jogo de desporto.

Um jogo que tenha por base a F1 e queira lá chegar não pode distanciar-se das linhas que balizam o desporto, naquela categoria que é composta por alguns dos carros mais rápidos do mundo em pistas sinuosas e debaixo das mais diversas situações meteorológicas. É certo que a ausência de um jogo do género num intervalo anterior a 2009 deixou muitos amantes da modalidade à espera de uma oportunidade para agarrar novos desenvolvimentos. E a verdade é que a Codemasters conseguiu captar bem as coordenadas deste desporto. Fê-lo justamente a partir do seguinte slogan: "be the driver, live the life", referindo-se assim à experiência central do jogo ancorada na condução como ponto de partida para depois se prolongar ao trabalho desempenhado pelo piloto ao longo de cada fim-de-semana de competição.

Para 2011 e já com uma ampla e meritória fundação, a equipa de produção mantém a validade da proposta passada e acrescenta-lhe um "go compete", aludindo à competição não apenas contra os pilotos controlados pelo computador mas também pelos colegas e amigos da vida real que estejam dispostos a competir. Para o modo carreira estão já prometidas algumas novidades. O jogador deixará de competir apenas contra os demais pilotos das equipas oficiais. Na grelha poderão estar outros jogadores, patrocinando um campeonato mais competitivo e emocionante por força da medição de forças que se antevê entre rivais que se assemelham.

Porém, a versão de antevisão que experimentamos ainda não nos deixou passar a fundo por novidades como esta. Certo é que haverá um prolongamento do "live the life", especialmente fora das pistas. Qualquer conhecedor da modalidade sabe que um piloto de F1 tem sempre um grande acompanhamento mediático, especialmente se estiver numa equipa de ponta, gerando-se todo um "soundbyte" em função de declarações prestadas. A equipa de desenvolvimento parece estar a acompanhar esse percurso, na medida em que os jogadores terão de dar entrevistas no final dos treinos, qualificação e corrida.

A forma como responderão às perguntas colocadas sobre o desempenho irá ter consequências em vários parâmetros, desde reacções dos adversários em pista, até aos convites endereçados pelas equipas mais evoluídas, passando por comportamentos sentimentais que possam pôr em risco a veia competitiva de cada piloto. Soube-se no final da época de 2010, pelo próprio Lewis Hamilton, que numa fase da temporada ele não encontrou o ritmo ideal por motivos extra competição. Espera-se por isso que este modelo renovado das entrevistas tenha directo impacte na situação não apenas de um piloto mas nos restantes.

Além disso a Codemasters está determinada em aumentar o número de cenas cinematográficas. Colocar as reacções do piloto que controlamos é algo já visível. Por exemplo, podemos ver o piloto entrar para o "cockpit" durante os treinos ou então reagir com manifesta insatisfação na boxe diante do engenheiro após uma classificação muito abaixo do esperado. O festejo da conquista de uma "pole position" estende-se até às grades que delimitam o acesso às balanças onde medem o peso e no pódio os festejos com espumante terão novas animações. Em síntese, todo o aspecto cénico e dramático associado às prestações de cada piloto terá novos desenvolvimentos.

Em termos de plantel, F1 2011 conta com as mesmas doze equipas do ano passado e com os pilotos estreantes este ano como Maldonado, Jérôme D'Ambrosio, Paul di Resta e Sérgio Perez. Os carros acomodam os patrocinadores da nova temporada, ainda que estejamos por saber se terá efeito na versão final a troca de Narain Karthikayen da HRT por Daniel Ricciardo.

Apesar da presente temporada estar alinhada para 19 provas, espera-se a inclusão do Grande prémio do Bahrein, corrida que acabou suprimida por força das altercações entre os populares e as forças de segurança do governo, que acabaram por inviabilizar a realização do evento.