FIFA 12
Realismo e diversão.
Se há coisa de que os fãs de FIFA adoram é a combinação de realismo com diversão que a série tem vindo a oferecer nos últimos anos. Com a crescente chuva de melhorias e novidades desde que a série se estreou nesta geração, o espaço para implementar seja o que for parece cada vez menor, enquanto as expectativas dos fãs vão no sentido contrário, crescem a cada ano que passa. Quanto mais a equipa responsável pela série nos estúdios da EA em Vancouver vai oferecendo mais e melhor, mais e muito mais os fãs vão pedindo do próximo jogo. David Rutter, produtor executivo da série FIFA, consente o pedido dos fãs e vai ao ponto de apresentar aclamações bem arrojadas, FIFA 12 não é uma evolução, é uma revolução, afirma. A tal ponto que em comparação o excelente FIFA 11 poderá parecer um jogo completamente antiquado. Rutter é um tipo brincalhão e bem disposto mas diz tudo isto com plena convicção do valor do seu novo produto.
Na apresentação do jogo à imprensa Europeia, em Madrid, tivemos a oportunidade de testar FIFA 12 nos escritórios da Electronic Arts e mesmo numa versão pré-alpha, o novo portento da EA não se faz rogado em apresentar novidades. Antes de termos acesso a uma demonstração na qual podíamos jogar com duas equipas, Arsenal ou Chelsea, Rutter caminhou-nos ao longo de um vídeo preparado pela sua equipa para nos mostrar quais são os pontos mais importantes que vão servir como a nova "face" de FIFA, enquanto elementos definidores e principais no novo jogo.
Quando a EA aclamou que FIFA 12 vai implementar algumas das maiores novidades de sempre na série, desde que se estreou nesta atual geração de consolas, ela não estava a brincar. Rutter recorreu mesmo ao atual FIFA 11 para mostrar como pálido é quando comparado com o novo título que está a ser produzido. A inteligência artificial é um dos principais elementos a ser alvo de melhorias e no trio de elementos que deixam Rutter visivelmente satisfeito com o trabalho em curso começamos por destacar o novo sistema de impacto.
FIFA 12 mantém a fórmula base da série, mas não vai voltar a ser a mesma coisa depois de conhecerem o sistema de impacto. Acabaram-se as mãos a passar pelos corpos, as animações pré-fabricadas que assim que iniciadas vão até ao fim independentemente do que se passa. Rutter deu o exemplo de um jogador que em FIFA 11 quando inicia uma caminhada a animação forçosamente vai fazer com que a termine, enquanto em FIFA 12 tal já não acontece, especialmente devido a esta nova mecânica. A forma como os corpos se movimentam e a forma como interagem entre si, especialmente na reação ao contacto, eleva FIFA 12 para uma dinâmica e realismo sem precedentes.
Ao longo do vídeo vimos os jogadores a embaterem uns contra os outros de uma forma altamente realista e frequentemente com resultados brutais, de nos fazer abrir a boca. Se um jogador não consegue evitar o contacto, um conjunto de fatores como a velocidade da corrida ou a sua força contra a força do oponente determinam o resultado da jogada. O confronto físico ganha toda uma nova dinâmica. Rutter diz que isto não traz só realismo e dinamismo a nível de jogabilidade, ou gráfico devido as espantosas animações, mas também na personalidade das equipas, pois agora algumas vão mesmo tentar evitar ao máximo o confronto físico direto.
As animações são precisamente outro dos pontos de referência e enquanto um breve olhar para FIFA 12 parece sugerir que, por enquanto, pouco melhorou a nível visual, após alguns minutos com a demonstração jogável é possível conseguir distinguir um comportamento muito mais credível dentro do campo. Rutter mencionou que temos agora muito mais nuances no comportamento dos jogadores e no desenrolar das jogadas e grande parte deve-se ao espantoso sistema de impacto e às melhoradas animações. Ver os jogadores dentro do campo é muito satisfatório e até custa a acreditar que existe tanto tempo para o jogo ser melhorado.
O segundo elemento do trio de destaque é o novo sistema de dribble no qual Rutter usou um vídeo de Abu Diah para mostrar como na vida real um jogador dá vários toques seguidos num curto espaço de terreno e vai circulando a área ou progredindo devagar no terreno face à disposição da defesa contrária. Quer isto dizer que o sistema 360º de FIFA 11 foi elevado a um patamar que simplesmente é preciso ser visto em acção para se compreender na plenitude. Isto porque, e novamente o dizemos, o atual espantoso FIFA 11 fica-se como antiquado face ao novo jogo que está em desenvolvimento. Não só o número de direções para as quais o jogador se move foi espantosamente alargado como a rapidez dos movimentos é muito maior e, também aqui como em tudo o resto, as melhoradas animações tornam tudo muito mais agradável de ver.
Claro que tudo varia dependendo dos atributos dos jogadores e um atleta como Cesc Fabregas tem uma capacidade para driblar bastante alta, mas todos o podem fazer. No entanto, só os mais talentosos vão poder oferecer um aproveitar satisfatório sobre esta melhorada mecânica, pois frequentemente recorremos ao sistema 360º para contornar adversários e o resultado era a bola fugir ao utilizar jogadores menos dotados nesta componente.