Final Fantasy XIV A Realm Reborn PS4 - Análise
Versão definitiva ou ajustada a novas realidades?
Como todos sabem, o lançamento de um MMO é na maioria das vezes um caso de “hit or miss”, ou seja, ou acerta em grande e consegue estabilizar os seus números para se manter rentável, ou falha redondamente e é obrigado mais tarde a reajustar o modelo de negócio ou mesmo a fechar portas (ou servidores neste caso).
A razão principal para isto tem a ver com o facto de custar uma fortuna desenvolver um jogo destes, há muita coisa envolvida, desde a equipa de produção que se mantém a trabalhar no jogo em vez de saltar para outros projectos, as pessoas que dão apoio aos clientes 24 horas por dia, até à infra-estrutura dos servidores, enfim, muito dinheiro para arriscar.
Com Final Fantasy XIV, a Square-Enix conseguiu o impensável. Foi capaz de lançar um jogo completamente broken e falhar redondamente, depois ressuscita-lo não uma, mas duas vezes com sucesso. O grande mérito da companhia durante este verdadeiro “estudo de caso”, foi o facto de ter admitido ter feito asneira, voltado atrás e começado de novo.
Detesto quando as produtoras colocam um exército de relações públicas a jurar a pés juntos que o jogo é excelente, o resto do mundo é que não consegue ver. É muito melhor ouvir os jogadores, admitir o erro, dar um passo atrás, para depois dar dois em frente.
Perdoem-me o cliché, mas FF XIV é daqueles casos que deve ficar como um exemplo para a história. Se fechasse de vez, perderia grande parte da confiança dos fãs, se insistisse, aconteceria a mesma coisa só que o processo seria mais lento e doloroso, para todos os efeitos, esta foi a decisão acertada, aplausos para Naoki Yoshida e companhia.
Não tenciono voltar a falar de todas as especificidades do jogo, até porque se trata do mesmo jogo que foi lançado no verão do ano passado. Ainda assim, importa fazer um pequeno resumo, assim como salientar as novidades que acompanham esta versão para PlayStation 4, supostamente a versão definitiva de FF XIV.
"Um dos melhores sistemas de criação de personagem que vi até hoje num MMORPG."
A primeira coisa que quero voltar a salientar, que aliás é um dos grandes trunfos do jogo, são os avatares, as personagens, que possuem um dos melhores sistemas de criação que vi até hoje num MMORPG. Para lá do detalhe que nos permite criar personagens substancialmente diferentes entre si, a progressão ainda se desenvolve de modo flexível com o sistema de jobs. Como planeava jogar de Black Mage, desta vez escolhi um Thaumaturge.
É possível mudar rapidamente de classe ou profissão na mesma personagem, e por isso se são daqueles que ficam obcecados em desbloquear tudo para a vossa “main char”, FF XIV é o RPG para vocês. Esta é uma das razões para que por vezes pareça que estamos a jogar um Final Fantasy normal, esquecemo-nos que se trata de um MMO. Digamos que o foco no design está muito na "parte", e menos no "todo", se é que isto faz sentido.
Os heróis preparam-se para a ameaça de invasão a Eorzea, à entrada da sétima Umbral Era. A preocupação com as trevas tem ainda o Garlean Empire de um lado e as tribos nativas do outro, mas ao contrário de um Final Fantasy tradicional, A Realm Reborn é muito mais sobre a subida do poder do nosso avatar, e menos sobre o desenvolvimento narrativo.