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Forza Motorsport 3

Divertimento para lá do volante!

Atenção aos detalhes e à produção artística, naquilo que em Forza 2 foi atingido de forma notável e um outro tanto de prolongamento do jogo, continua nesta versão a proporcionar um extremo sentido de comunidade. Não é para todos tocar a excelência de algumas pinturas que se podem adquirir a peso de ouro na storefront e sempre com a protecção dos direitos de autor. Para os menos habilitados à criação artística, o editor de ferramentas é suficientemente escorreito ao ponto de permitir um bom nível de personalização dos carros preferidos.

Depois podem votar sobre as produções artísticas, para as quais foram criadas listas de classificação, naquilo que se pode antecipar venha a ser outro tanto de competição fora das pistas. Tal como em PGR podem votar nas fotografias e vídeos remetidos para uma secção pessoal. Cada jogador dispõe de uma espécie de ficha que organiza todos os dados importantes, desde fotografias, pinturas, vídeos, afinações dos carros. É tocante a profundidade do sentido de comunidade neste jogo. Para tudo há tabelas classificação e ainda podem pesquisar noutros jogadores e amigos que tenham na lista aquilo que procuram, como carros, afinações, etc.

Desde percursos míticos reais localizados primordialmente na Europa, continente norte-americano e asiático, o périplo ficou reforçado com a introdução de novos ambientes da costa italiana (Amalfi Coast) - embora melhor adaptado à realização de drifts, a região de Montserrat e ainda a reter o regresso da extensa mas absolutamente louca pista de Fujimi Kaido. Mas é com a entrada de La Sarthe (apesar do fervor do circuito da Catalunha) que se abre a garrafa de champanhe. Le Mans é um marco histórico na tradição do desporto automóvel e ainda a verdadeira catedral que dirá muito para os entusiastas, sobretudo pela hipótese de ser percorrida a enorme recta de Mulsanne sem as chicanes. Num misto de percurso aberto ao público ladeado de verde e cobertura de azul é um privilégio arriscar voltas rápidas nos mais gloriosos carros das categorias R. Contudo, muitas pistas representam regressos das edições anteriores e as variantes e percursos alternativos das mesmas não colmatam um certo amargo de boca por ainda não ter sido desta que se incluiu SPA Francorchamps, Imola, Monza ou Mónaco.

Com o analógico direito podem sempre deitar um olhar aos espelhos. A sensação de velocidade é fantástica, mesmo por dentro.

Contudo, as recuperações das pistas anteriores fizeram-se com retoques e substanciais melhorias, com mais detalhes e pormenores que marcam uma progressão. Nurburgring continua a proporcionar o entusiasmo de sempre, ainda que desta vez sob um céu escuro a clamar por trovoadas.

Quanto aos carros disponíveis a entrada dos Sedans e Suvs não só preenche muitas das preferências dos jogadores, com mais opções até pelo comportamento distinto que estas viaturas exibem, como há ainda um reforço nos carros de competição, nomeadamente das 24 horas de Nurburgring, de Le Mans e das provas australianas. As opções em termos de carros asiáticos foram alargadas com muitos veículos oriundos do campeonato japonês de GT, pelo que mais do que tentar alcançar todos, a tendência é para alargar as opções dentro dos grupos mais representativos.

Por outro lado, a inteligência artificial está amplamente melhorada para responder em função do vosso comportamento (tenham em conta que quem vai à guerra dá e leva) e os toques entre os carros provocam reacções mais credíveis na condução. Se tentarem ultrapassar o veículo fazendo uma espécie de encosto, contem com um chega para lá condigno em resposta, desde que para tal ajustem a dificuldade para o máximo. Apesar da facilidade em capotar, após uma entrada fora de tempo numa curva, ou toque num adversário a alta velocidade, o sistema de reprodução dos danos não proporciona uma destruição cabal da parte afectada. Mesmo a alta velocidade e apesar da desvitalização imediata das funções, a carroçaria não manifesta a brutalidade do impacto.

Se forem adeptos da Audi podem sempre vingar a derrota para a Peugeot nas 24 Horas de Le Mans deste ano.

Dentro do habitat natural, em plena competição, Forza 3 é um jogo mais vivo, colorido e dinâmico, com uma reunião formidável de pressupostos que alinhados formam o jogo de automóveis mais gratificante, recompensador e credível da actualidade. O poderio gráfico manifesta-se na concretização cabal do ambiente nas pistas e ao redor e da integração dos veículos concebidos com um grau impressionante de detalhe nas mesmas. O fulgor da animação é uma constante mas dentro dos circuitos de La Sarthe e Nurburgring é de uma admiração capaz de rivalizar com qualquer transmissão televisiva. No entanto a transição entre o dia/noite e implementação das condições atmosféricas deverão constituir os próximos desafios Mas ainda há que contar com aquelas subtilezas como o relógio que marca as horas em tempo real, situado entre os manómetros, no interior do Audi R8 V10. Até o conta quilómetros mede a distância total que já acumularam no carro.

No final FM3 não só é um jogo maior e melhor. Significa ainda devoção e progressão assertiva por onde se deve enfiar a reprodução virtual das incidências de condução de um automóvel. Exprime ainda uma tendência para se moldar à capacidade dos interessados, não só por patentear largos índices da cultura automobilística e desportiva, mas também por entregar uma intimidade maior, gratificante e verdadeira entre os principais actores desta experiência.

9 / 10

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