Hearthstone: Heroes of Warcraft - Antevisão
Os heróis de Warcraft aventuram-se por mais um género.
A Blizzard surpreendeu toda gente quando na PAX mostrou o seu novo jogo, que na altura toda gente pensava ser um tal MOBA, e acabou por ser o Hearthstone: Heroes of Warcraft, um CCG (collectible card game) produzido por uma equipa de apenas 15 pessoas ("team 5"). A ideia foi pegar em gente de diversas áreas e dar-lhes toda a liberdade para fazer algo que eles achassem divertido, como se fosse um regressar aos tempos onde os videojogos surgiam da cabeça de um grupo de amigos.
Na altura foi olhado com alguma desconfiança por toda a gente, afinal, é um projeto fundamentalmente diferente do que a companhia nos habituou, desde o género até à dimensão. No entanto, toda gente presente na PAX pareceu ter gostado do que pôde jogar, e depois quando os produtores disponibilizaram um Stream para que o mundo pudesse ver Hearthstone em detalhe, a antecipação explodiu.
Um bom CCG (collectible card game) é algo que tem tudo para funcionar nos dias de hoje com o proliferar das plataformas móveis, o pequeno grupo de produtores sabia-o bem, e estabeleceu algumas condições básicas para o projecto: Tinha que ser acessível mas oferecer complexidade, ser gratuito, agradável na perspetiva do espetador e familiar. Não sei se a licença Warcraft esteve sempre na mente dos produtores, mas é uma excelente forma de apelar imediatamente aos antigos e atuais fãs da série de jogos.
Sempre achei incrível que alguém que se autodenomine de "um Warlock" no World of Warcraft, não saiba quem é/foi o Gul'dan por exemplo, tenho muitos amigos que desenvolveram imenso compromisso com a licença, sem nunca a conhecer de facto. Neste sentido, um jogo como Hearthstone: Heroes of Warcraft é uma excelente forma para dar a conhecer o universo da série e as suas personagens a um maior número de pessoas. Não só os heróis mas também as próprias cartas são representativas de nomes famosos da Lore da série, até armas como o Doomhammer estão presentes, o mace atual de Thrall.
Tem um apelo especial para quem for capaz de reconhecer as personagens, e neste campo, as animações ajudam a trazer-lhe personalidade, desde as vozes com o sotaque próprio, os sons de cada herói, os elementos do tabuleiro com que podemos interagir, e até pequenas piadas que são referências a outras peças de entretenimento "geek", por exemplo, de Lorewalker Cho: "Fear leads to anger, anger leads to hate, hate,... leads to an upset tummy".
Todas as cartas com a exceção das criaturas têm animações próprias, sendo que mesmo estas não ficam na mesa, mas invocam uma espécie de figura oval que invade o tabuleiro. As que possuem Taunt têm um escudo à sua volta que indica que não podemos atacar nada até nos livramos dela. Existem nove classes, as originais do World os Warcraft, por isso de momento o Death Knight e Monk ficaram de fora.
"Tem um apelo especial para quem for capaz de reconhecer as personagens"
Paladin, Warrior, Hunter, Mage, Warlock, Priest, Shaman, Rogue e Druid estão representados por um herói, mas é provável que no futuro surjam outros com habilidades diferentes, como qualquer jogo de cartas, chegará a altura em que será necessário aumentar a "pool" de cartas para que os jogadores não se fartem, por isso podemos assumir que novos heróis poderão despontar também.
Quanto ao jogo, a sua acessibilidade não diz respeito apenas ao facto de ser gratuito, mas a estrutura é bastante mais simples do que por exemplo o Magic the Gathering. Só existem duas fases, o nosso turno, e turno do adversário. É possível atacar, invocar uma criatura, atacar novamente, lançar um feitiço, tudo na ordem que desejarmos até esgotar os nossos cristais de "mana". Estes surgem automaticamente a cada turno, 1 no primeiro, até ao máximo de 10 no décimo turno.