Homefront
O Mundo não é um lugar seguro.
O Mundo não é um lugar seguro. A calmaria poderá rapidamente, ou até numa questão de segundos, mudar por completo as nossas vidas. Os problemas sociais, a luta pelos recursos, a ganância e maldade dos Homens entra por nossas casas todos os dias, em forma de um simulacro de emoções que muitas vezes deixamos de sentir que algo seja real. Sim, o Mundo não é um lugar seguro, e a nossa casa poderá muito em breve ser apenas uma lembrança do passado.
Por mais remota que seja, já imaginaram Portugal ser invadido por um exército de outro país? O nosso país, à beira mar plantado, parece ser imune a todas as guerras que têm decorrido nas últimas décadas. Somos claro afectados de forma indirecta, ninguém fica impune nesta sociedade global. Sim, imaginem o que seria se Portugal fosse invadido, o que fariam?
Esta questão leva-nos à temática do jogo Homefront, um FPS saído dos estúdios KAOS Studios, uma recente equipa que está debaixo da THQ, e que já nos trouxe Frontlines: Fuel of War. Este estúdio de Nova Iorque levou para a sua terra natal um acontecimento a nível mundial, a ascensão do Império Norte Coreano, chamado agora de Greater Korean Republic, onde em 2027 a República Democrática Popular da Coreia(Norte) e República da Coreia(Sul) se unem numa demanda pela conquista global. Um dos últimos alvos, os EUA, tentam a todo custo aguentar a invasão inimiga. O exército está quase controlado, restante ex-militares e populares se unem numa resistência mesmo dentro do coração da América do Norte.
Este conflito é trazido até nós numa perspectiva tremendamente real. O estúdio não se privou de incluir caras conhecidas do panorama mundial, como Hillary Clinton ou até mesmo Kim Jong-un, filho do actual Governante Kim Jong-II. O acontecimento não poderia ser mais actual. A Coreia do Norte, que ainda se encontra em guerra contra a Coreia do Sul, efectuou ataques e manobras militares. A península vive actualmente num estado de alerta geral, sempre com os olhos do exército dos EUA bem de perto. Todo este ambiente de cortar à faca é trazido para o jogo, colocando o jogador bem no meio do conflito nos EUA.
Em Homefront somos Robert Jacobs, um ex-militar que tinha sido preso pelo exército invasor. Como os rebeldes precisam de toda a ajuda possível, nada melhor que resgatar o militar altamente treinado, e o colocar na frente de combate da resistência. E é desta forma que passamos a fazer parte da Resistência pela libertação dos EUA, ajudando assim o exercito oficial.
Desde o início do jogo somos confrontados por diversos acontecimentos que nos remetem para o início desta análise. O Mundo não é um lugar seguro, e perante tamanha movimentação bélica, muitos direitos são perdidos e somos confrontados por cenas que são bem reais, chocando pela sua frieza e impotência. Um menino que vê os país a serem fuzilados, ou até mesmo uma vala comum onde teremos que nos esconder debaixo de corpos. O enredo foi escrito por John Milius, que participou também no filme Apocalypse Now, por isso seria de esperar algo em grande. Julgo poder dizer, que o ambiente, a forma de tudo acontecer e que nos é projectada é o que Homefront tem de melhor. O jogo chega a chocar em algumas partes, não no sentido de polémica, mas dando aquele ar de que isto poderá acontecer. E na realidade acontece um pouco por todo o mundo.
Já dentro da Resistência temos que acompanhar quase sempre outros membros, tais como Connor Morgan(cliché?), Rianna, Boone Karlson e Hooper. Personagens que nos darão dicas e encaminham as forças. Diferente de muitos outros FPS actuais, Homefront tem uma forma de estar mais pausada, e não tão frenética na forma que a história é contada. Algo que fiquei agradado, mas que por outro lado, após termino do jogo, achei que soube a pouco. A forma pausada não significa um jogo com uma boa longevidade, poderei dizer que devo ter acabado em pouco mais de 4 horas.