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Homefront

O Mundo não é um lugar seguro.

Em geral, apenas temos que acompanhar os nossos colegas na consecução de uma missão maior. Para esse fim, teremos que cumprir com determinadas missões, como explodir isto, interceptar aquilo e ir para determinado sítio. Em todos os caminhos somos interceptados por vagas de soldados, que farão de tudo para nos aniquilar. No panorama actual, Homefront peca por ser pequeno, não variado e extremamente linear. Embora a temática por detrás do jogo seja muito interessante, e a sensação de que algo em grande está presente, o jogo é extremamente simples na sua forma. A linearidade do jogo é de tal forma enorme, que apenas numa única ocasião(que me lembre) tive que ser eu a abrir uma porta. Em tudo o resto, subir escadas, descer para túneis e ir para a frente terá, que ser feito pelos nossos colegas em primeiro lugar. Existiram muitas ocasiões em que os triggers de acção simplesmente não estavam a funcionar em virtude de um NPC estar preso contra outro. Solução? Tive que ir lá e o tentar empurrar.

O jogo é parco em cinemáticas, que poderiam ser usadas para dar um maior background a toda a história, bem como sentirmos uma empatia pelos nossos colegas. Não existe por exemplo uma única cinemática que mostra o protagonista do jogo. Claro que isto não é exclusivo a Homefront, mas perante as oferta actuais, a personagem, o nosso eu virtual é de extrema importância para a imersão em toda a experiência. O ambiente está muito bem construído, as casas, as ruas e toda a destruição dos subúrbios de São Francisco. Mas depois peca por um aspecto gráfico que varia entre pobre e razoável. A sua qualidade não é constante, denotando uma falta de tempo ou de preocupação para polir o jogo.

Ficando um pouco mais neste aspecto do ambiente, vê-se que a equipa de produção quis dar uma enorme atenção a tudo que nos rodeia. Existem pequenos pormenores fantásticos no jogo, pequenas particularidades que criam um quadro credível em termos de ambiente. Quando falo de ambiente falo nos sons, na construção das casas, nas ruas, na forma que os níveis estão criados e destruídos. No fundo tudo resulta, a não ser a falta de qualidade do motor de jogo. Colocar Homefront, em termos técnicos, com outro motor de jogo, seria certamente um fantástico vislumbre para os olhos.

Homefront - Primeiros 15 minutos

Durante a campanha iremos poder usar o já famoso Goliath, que é um tipo de blindado telecomandado em tamanho real, que será usado em operações de maior dificuldade, como destruir outros blindados ou helicópteros. Outro aspecto positivo em Homefront são as diferenças entre cada arma. Estas diferenças são notadas principalmente no som característico de cada uma, no peso e recoil. Mas é na componente sonora que o jogo se destaca. Embora tudo à nossa volta esteja em destruição não raro é sentirmos um frio na espinha perante ataques de todas as frentes. Por outro lado, estes mesmos ataques são uma falsa dificuldade do jogo. A IA dos inimigos não prima pela qualidade mas sim pela quantidade. Raramente avançam em conquista de posição, mas antes ficam circunscritos nas suas posições efectuando as mesmas rotinas vez após vez. É sempre estranho olharmos com a Sniper para quatro soldados atrás de um muro, a fazerem a mesma rotina. Mesmo que mates um, os outros continuam exactamente no mesmo lugar, como se nada acontecesse.

Apesar de todos os defeitos de Homefront, o certo é que tem uma identidade. Coisa rara nos dias actuais. É algo estranho no mínimo, mas não consegui deixar de gostar do jogo. Claro que as suas falhas não são desculpáveis, mas é com sentimento de certa tristeza que se sente que aqui havia muito por onde seguir, principalmente no modo campanha. Existe constantemente uma sensação no ar que o KAOS Studios não conseguiram criar aquele épico, aquele factor que coloca o jogo noutro patamar.