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Infinite Undiscovery

Descoberta mágica mas limitada.

Quase como se de um jogo de aventura se tratasse, os combates decorrem em tempo real, não fosse este um RPG de acção, com os inimigos sempre visíveis. Tudo decorre a um ritmo muito fluído e agradável para o qual contribui a ausência de quaisquer ecrãs de loading. Imaginem uma espécie de mistura entre o que já vimos em Final Fantasy XII e a série Star Ocean. Uma das melhores características do jogo e uma à qual nada podemos criticar. Bem elaborada e pode mesmo até tornar-se referência para outros no futuro. Quem sabe até mesmo para Star Ocean IV.

Numa experiência aparentemente simples mas poderosa o suficiente para nos marcar, ao ler um livro não é só a imaginação visual que funciona. Também a imaginação auditiva leva a que se crie vozes para as personagens, tentando um resultado que vá de encontro ao perfil que lhe atribuímos, e tentamos imaginar que tipo de música se enquadraria na imagem descrita.

Qualquer fã da Square Enix imediatamente coloca as expectativas perante a banda sonora dos seus jogos bastante elevada e mesmo sem apresentar temas que nos marquem para além da experiência de jogo, Infinite Undiscovery contém temas interessantes que apenas melhoram a nossa aventura. Os vários temas são agradáveis e ajudam o jogo a capturar o ambiente pretendido.

Tal não poderá ser dito do trabalho da maioria dos actores que dão voz, e consequentemente vida, aos personagens de Infinite Undiscovery. Com excepção de um ou dois personagens, o único efeito que as vozes conseguem fazer é retirar impacto a sequências que poderiam ter impacto suficiente para ascenderem a um patamar superior mas que por infelicidade do trabalho que lhes dá vida, caem como banais, horríveis e até ridículas.

Bonito de ver mas não de ouvir

Não se percebe a ausência de uma opção para escolher as vozes do elenco Japonês e para os dias de hoje é uma vergonha que uma suposta fábula de graciosos contornos se consegue apresentar como uma espécie de telenovela dobrada. Ouvir a voz de uma personagem a falar cheia de suposta intensidade, pelo menos tal é pedido face à força dos acontecimentos, quando visualmente esta está com a boca fechada, não é nada abonatóriol. O contrário também se verifica e salvo raras excepções, as falas em nada beneficiam a narrativa, pelo contrário, tornam-na embaraçosa e em certos pontos quase que a destroem.

Infinite Undiscovery é um daqueles jogos repletos de magia que não pode ser vista mas sim sentida. Os mais sábios diriam que a beleza está nos olhos de quem vê e tal é verdade. No entanto, a Tri-Ace tinha obrigação de fazer mais mas não o fez e assim sendo, Infinite Undiscovery é vitíma de si mesmo, pois não consegue elevar-se acima de um patamar que facilmente poderia ter evitado, tivesse resolvido melhor os seus defeitos. Os fãs do género vão gostar de conhecer esta fábula que nem a todos poderá agradar.

7 / 10

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