Lollipop Chainsaw - Análise
Um, dois, três, Juliet decapita cinco de uma vez!
Bem-vindos mais uma vez ao mundo maluco de Suda51, onde a estupidez e o ridículo predominam. A última vez que tive contacto com uma criação desta figura da Grasshopper Manufacture, que tem as suas ideias quando se alivia, foi no ano passado com Shadows of the Damned, que não só tinha o toque de Suda51, mas como o de Shinji Mikami, o criador de Resident Evil. O resultado foi uma viagem ao inferno no papel de Garcia "Fucking" Hotspur, acompanhado pela sua caveira hilariante Johnson, que completamente louca e divertida, e repleta de momentos "WTF?" a que Suda51 já nos habitou nos seus jogos.
Lollipop Chainsaw é a mais recente criação de Suda51, e como tal é bastante invulgar, mas bem mais que outros dos seus jogos. A própria personagem principal, Juliet, é uma contradição. De dia é uma cheerleader estereotipada, à noite uma caçadora de zombies que troca os pompons por uma moto-serra. Estranho? Não é mais estranho que andar com a cabeça do seu namorado agarrada à sua saia. Nick, o namorado, tinha um corpo como qualquer pessoa normal, mas depois de ter sido mordido por um zombie, a única forma de o salvar era cortar a sua cabeça. Se estão a perguntar o porquê, não perguntem. Isto é um jogo de Suda51, e para desfrutarem dele devem deixar-se levar pela loucura.
O surto de zombies que ameaça destruir a cidade fictícia de San Romero foi provocado por Swan, um gótico malvado que odeia a sua escola e o resto do mundo, e que por isso deseja ver tudo a arder. Swan invoca os Bosses of Zombie Rock e tudo se transforma num caos em que os zombies espreitam a cada esquina. Juliet e a sua família, todos eles exterminadores de zombies, são o único obstáculo que impede Swan de ver os seus desejos realizados.
Os Bosses of Zombie Rock são os melhores momentos de Lollipop Chainsaw. Cada zombie representa um género de música diferente. Temos Zed, que representa o punk-rock, Vikke, o rei do death metal, Josey, o senhor do funk, e mariska, uma hippie psicadélica a que Juliet aconselha um desodorizante porque cheira mal. Cada encontro é mais hilariante que o outro, repletos de frases que ficarão na memória como "I can't get this Katy Perry song out of my head. What a way to die!"
Com uma personagem feminina no papel principal como Juliet, uma loira bela e com um corpo de sonho, Lollipop Chainsaw usa isso como uma chamariz. Não é à toa que existe um achievement/troféu para espreitar por debaixo da saia de Juliet e que o seu mestre não perca uma oportunidade para meter a cabeça no meio dos seus seios. Se ficam embaraçados com isso ou acham que é desrespeitoso para as mulheres, então Lollipop Chainsaw não é jogo para vocês. Quem segue a obra de Suda51 sabe que as referências sexuais são comuns, e que o seu estilo é semelhante ao grindhouse dos cinemas, isto é, filmes de baixo orçamento que apostam em sexo, violência e romance.
O propósito de Lollipop Chainsaw é ser um jogo extremamente divertido e hilariante, mas dado ao que foi dito anteriormente, nem todos poderão gostar do humor do jogo ou achá-lo divertido. O que o torna tão atrativo é que é tão despreocupado e tão diferente de outros jogos, que acaba por ser uma espécie de paraíso para desenjoar. É tão estúpido, banal e irracional que acaba por despertar algumas gargalhas.
Mas colocando de parte a loucura e estupidez, Lollipop Chainsaw revela-se um jogo não muito criativo ou sequer diferente dos outros. Rapidamente torna-se repetitivo, dependendo da diversão que obtêm em serrar cabeças de zombie. Do princípio ao fim, é tudo o que Lollipop Chainsaw consegue oferecer, uma cheerleader com uma moto-serra nas mãos a combater contra zombies.