Metal Gear Solid Snake Eater 3D
Regresso à fortaleza soviética.
Na E3 do ano passado, quando foi anunciada a Nintendo 3DS, um dos jogos que ganhou imediato aplauso, foi Metal Gear Solid Snake Eater. O jogo foi mostrado sob a forma de uma demonstração ainda limitada, apelidada de "naked sample", com abundantes trechos de vídeo mas que já possibilitava um controlo da perspetiva de jogo. Contudo, o mais importante é que a demo exibia um colorido notável e uma boa adaptação à portátil, numa apresentação totalmente 3D de alguns momentos que os fãs da série MGS testemunharam há já longos anos para a PS2.
Nessa E3 não se sabia ainda muito bem que planos é que a Konami estava a preparar para a 3DS. Por força daquela "tech demo" havia quem dissesse que Kojima estava a trabalhar em algo para a 3DS sendo que esse trabalho não teria nada que ver com a criação de um "port" de Snake Eater para a 3DS, como também havia quem manifestasse opinião contrária para afirmar que a Konami estava a dirigir esforços para uma converter Snake Eater, aquele que é um dos mais jogos populares da franquia; para muitos o melhor de sempre.
As dúvidas permaneceram de pé durante algum tempo, pois restava apurar se aquelas porções do jogo exibidas estavam realmente a correr sobre o motor gráfico da 3DS ou se tudo não teria sido gravado e adaptado aos efeitos 3D da consola para gerar um espaço rico e detalhado e no fundo o que poderia ser feito na 3DS. Como base de trabalho e ponto de partida é impossível não esconder uma satisfação por esta sequência e apoio da Konami. Snake Eater é um balaústre na série e esta retoma na 3DS pelo menos permite uma segunda volta para quem desfrutou do original e serve como grande porta de entrada para os que desconhecem a série.
Certo é que nesta E3 a Konami cumpriu o prometido e mais do que uma imensa satisfação pela continuação deste projeto, pudemos finalmente jogar Snake Eater na 3DS e testemunhar uma pequena parte do trabalho que a equipa de Kojima desenvolveu neste último ano. Ainda sem data de lançamento confirmada, espera-se pela chegada ao mercado no final do ano. Talvez a almejada data de lançamento possa ser revelada durante o próximo evento GamesCon na feira de Colónia, onde normalmente a Konami marca presença.
A Konami e o próprio Kojima estão apostados seriamente neste jogo que pretende assim ser mais do que um "port" de barata e imediata adaptação. Todo o tempo percorrido desde a pretérita E3 atesta o esforço. E pelo que pudemos ver há um grande trabalho em entregar uma peça jogável que não apenas se irá adequar às funções da portátil, como procura corrigir e limar arestas, numa espécie de polimento adicional e cujo objetivo passa por tornar o jogo mais agradável à vista.
Os fãs da série certamente que as estas obras de Kojima alcançam um forte pendor cinematográfico, com imensas sequências de narrativa não apenas em texto mas dentro de um trabalho de produção visual que desta vez vai ao encontro de um elemento extra, o 3D, que dará ainda mais ênfase a esses momentos. Com efeito, é logo um dos pontos que começamos por sublinhar, muito embora na demonstração jogável que tivemos em mãos, não tenhamos percorrido algumas dessas animações. Porém, do pouco que pudemos observar, ficamos satisfeitos com a sensação de profundidade e sobretudo pela reconstrução da selva enquanto ambiente natural, quer na densidade da vegetação por força das árvores e clivagens do terreno, sons próprios da selva propiciados pelos pássaros e pelos riachos, tudo a contribuir para uma boa dimensão e credibilidade do espaço no qual controlamos Snake de forma furtiva.
Sem sequências de abertura, a demonstração leva-nos diretamente para o momento em que Snake irrompe pela selva na direção de umas instalações cercadas por tropas russas onde possivelmente estará Sokolov, o cientista soviético que esteve do lado americano durante a guerra fria, no princípio do anos sessenta, mas que acabou por fazer parte de um acordo secreto que previa a sua passagem para o lado russo como condição para acabar com a crise nuclear. Os americanos ignoraram, porém, que o cientista detinha já avançados conhecimentos e tecnologia para fabricar uma arma de grande impacte e destruição, pelo que estava em marcha um plano que visava recapturar Sokolov.