Monster Hunter 3 Ultimate - Análise
Caçadas brutais.
Em termos de opções à disposição durante a exploração e o combate, o ecrã do GamePad pode ser utilizado como interface para os dados de saúde da personagem, selecção de itens e outras indicações que tendem a preencher o ecrã. Ora isto permite um desimpedimento total do ecrã do televisor, deslocando para o ecrã do comando essas opções e sempre à distancia de um toque. O resultado disto é que possibilita uma imagem mais limpa e isenta de interferências.
Enquanto escrevemos esta análise os servidores multijogador ainda se encontram vazios e só por algumas ocasiões conseguimos estabelecer contactos com outros caçadores. Das vezes que mantivemos as ligações, a experiência decorreu fluída e sem quebras ou interrupções. Cumpre salientar que o modo multijogador pode ser jogado através de ligação à rede ou ligação local, via Monster Hunter 3 Ultimate para a Nintendo 3DS. Para activarem esta opção terão de embarcar para a zona portuária chamada Port Tanzia. Lá poderão escolher as quests, convidar os amigos, escolher servidores, definir password de acesso à sala, podendo partilhar estas aventuras com mais amigos. Se quiserem jogar ao lado de estranhos podem solicitar um toque no gongo da área central.
Uma vez que Monster Hunter 3 Ultimate para a Wii U e 3DS são o mesmo jogo, poderão trocar o ficheiro de gravação de uma para outra consola. Podem, por exemplo, se tiverem ambas as versões, começar a jogar a versão Wii U, passar os dados para a 3DS e prosseguir a demanda fora de casa, retomando o jogo da consola domestica mais tarde.
Em termos de quests, quantidade de monstros, itens, materiais e áreas, estamos diante de um jogo que vai muito para lá de uma expansão de Monster Hunter Tri. Ultimate é um jogo praticamente redesenhado. Os cenários não estão tão detalhados ou plenos de pormenores como desejaríamos, por oposição aos monstros que se revelam mais magnânimes, colossais e intimidatórios, ainda que em tempo real fiquem aquém da sua opulência transmitida através de sequências animadas. Essa acabou por ser a preocupação principal dos produtores nesta edição, mas é pena que não tenha sido dirigido mais algum esforço para o melhoramento visual das áreas de jogo, essencialmente muito despidas. Apesar disso e para quem jogou Monster Hunter 3, persistem motivos mais que suficientes para acolher esta renovada campanha recheada de novas e complexas demandas.
"Uma vez que Monster Hunter 3 Ultimate para a Wii U e 3DS são o mesmo jogo, poderão trocar o ficheiro de gravação de uma para outra consola."
A ausência de uma narrativa de grandes dimensões, é compensada por uma escrita bem disposta e humorística desenvolvida para os diálogos, e ainda temos personagens como os Neko (significa gato em japonês). É pena que para a versão Wii U, a caixa de diálogos seja quase minúscula, obrigando muitas vezes a um esforço redobrado da visão para seguir as conversas com atenção.
Sobre a versão Monster Hunter 3 Ultimate para a 3DS, para colmatar a falha de um segundo analógico e se não possuírem o Circle Pad Pro, a perspectiva de jogo pode ser comandada através de um botão direccional instalado no ecrã tátil. Não é a solução mais eficaz, embora também não seja de difícil habituação se não estiverem dispostos a investir no acessório que alarga a dimensão da consola. De resto é impressionante ver correr este jogo numa portátil como a 3DS, nada escapando ao que vemos na Wii U. Os efeitos 3D estão muito bons e apesar de existir uma diminuição do detalhe e pormenor dos monstros e áreas, a frame rate revela-se estável e segura, mesmo no calor da batalha. Sem um modo online, cuja ausência não se compreende, a única possibilidade de reunir até mais 3 amigos numa mesma quest será através de ligação em rede local (lan party). Apesar dessa limitação, a versão 3DS de Monster Hunter 3 Ultimate surpreende em particular pela dimensão colossal (possui o mesmo conteúdo da versão Wii U) e por permitir levar até qualquer local esta experiência.
Apesar da exigente curva de aprendizagem, Monster Hunter 3 Ultimate não passa despercebido à luz de qualquer jogador. Podendo aliciar mais depressa os amantes dos jogos que escondem múltiplos menus e uma listagem imensa de itens cuja combinação e conhecimento é essencial para progredir, mesmo os jogadores menos habituados podem encontrar aqui uma experiência bem gratificante, desde que estejam dispostos a investir e começar a perder umas horas até apanharem o jeito. Depois de dominadas as bases, este jogo pode ser altamente gratificante, e mais ainda se partilharem as quests com outros caçadores.
Cumprir todas as quests disponíveis é tarefa para dezenas e dezenas de horas e se contarmos com as quests que a Capcom planeia distribuir através de DLC, podemos ter aqui um jogo a roçar a barreira do infindável. Assumindo a pele de um caçador que se vê permanentemente em situações de perigo e numa luta contra o relógio, é a oposição de um David contra Golias que mais entusiasmo gera. Além disso as melhores armas e os equipamentos mais adequados são forjados e melhorados pelo jogador, estabelecendo o seu progresso. Apesar de se reinventar a partir de Monster Hunter 3, esta versão Ultimate ocupa uma posição cimeira e depressa se assume como a referência da série.