MotorStorm: Apocalypse
A beleza de um caos organizado.
Referente à condução, existe uma enorme diferença entre as diversas categorias. A forma de conduzir e abordar cada pista é exclusiva a cada carro. Claro que MotorStorm não pretende ser um simulador, e irão ver muitas coisas estranhas, como por exemplo saltarem com um carro e caírem em cima de um muro e deslizarem como fosse um skate. As grandes melhorias estão nos veículos maiores, como os Monster Trucks e Big Rigs. Agora já não têm aquele ar tipo balão, em que qualquer coisa fazia-os voar. Cada pista tem as suas características, onde determinados veículos serão os mais fortes.
Nos modos fora do modo Carreira, temos os multijogador, os contra-relógio, o corrida rápida e o modo hardcore, sendo este último extremamente difícil, onde teremos que bater recordes de tempo por cada pista. Apenas os mais malucos e verdadeiros Motorstormers irão aventurar-se por este modo verdadeiramente demolidor e stressante. Uma falha é derrota certa.
Nos modos multijogadores temos o habitual Motorstorm, onde até 16 jogadores online se gladiam pela vitória. De volta está o modo de eliminação, onde teremos que ficar em primeiro, sendo que os últimos vão sendo eliminados de forma consecutiva. Este é um dos aspectos onde o jogo poderia ter melhorado ainda mais, nomeadamente nos modos de jogo. Foram introduzidos os Privilégios (perks), bem como a interessante opção de aposta, onde antes de cada corrida podemos (o host da sala escolhe se estará activo ou não esta opção) apostar em qualquer jogador como sendo o vencedor. Eu apostei sempre em mim, em todas as provas apenas apostei bem uma vez. Já estão a ver o resultado. Podemos também jogar em modos online em ecrã dividido para quatro jogadores. Mas isto é pouco para os dias que correm. Seria de esperar um maior desafio nos modos online, ou pelo menos permitir algum tipo de construção por parte do jogador.
Depois de tudo isto, o melhor foi deixado para o fim. MotorStorm: Apocalypse é um exemplo perfeito do que deverá ser a evolução de uma série. O motor de jogo é fantástico, onde apenas vendo e jogando se conseguirá admirar tudo aquilo que a Evolution criou. Existem certas pistas, ao todo pouco mais de 30, onde não existem palavras para descrever aquilo que os nossos sentidos presenciam. Os estúdios tinham prometido levar a PS3 ao limite, e se não o fizeram deverão andar lá perto. O jogo é extremamente sólido, com efeitos visuais arrebatadores. Existem momentos em que pensamos como eles conseguiram fazer tudo isto, e nunca prejudicando a jogabilidade e velocidade do jogo. O motor de jogo é tão sólido, que em qualquer momento podemos parar e passar para um fantástico modo de fotografia em tempo real, como todos os acontecimentos em pausa. Lindo de se ver.
As pistas têm elementos de destruição em tempo real, que deformam os circuitos e alteram completamente toda a experiência de jogo. O jogo comporta 16 jogadores ao mesmo tempo, mantendo uma estabilidade gráfica e de FPS fantástica. Existe tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo, que por vezes nem sabemos se deveremos conduzir ou olhar para todo o espectáculo. MotorStorm sempre teve como objectivo dar-nos divertimento, e Apocalypse fornece doses dele. Ver prédios a cair à nossa frente, plataformas, chão a partir ou levantar com os terramotos é algo único e extremamente viciante, mesmo após sabermos que x acontecimento irá ocorrer.
Dou como exemplo o evento "Ondas de Mutilação", no ambiente "BoardWalk" onde temos uma chuva torrencial sobre nós, com um enorme tufão a devastar tudo à nossa volta. Detritos, lixo, caixotes, barcos voam sobre e contra nós. Prédios caem à nossa frente, uma roda gigante passa por cima do circuito após um raio a ter deslocado e o chão abre-se e levanta uma rua inteira, mesmo à nossa frente. Tudo isto em alta velocidade, com uma banda sonora fantástica, e com relâmpagos a iluminar de forma dinâmica todo o cenário um fim de tarde simplesmente aterrador. Não esquecer ainda todo o ambiente fixo, como fumo, árvores, fios, bandeiras e afins que reagem a toda esta intempérie. Bem como toda a iluminação presente, quer dos próprios carros com o faróis, bem como do ambiente, criando sombras e efeitos fantásticos.
MotorStorm: Apocalypse é um dos jogos mais bonitos para a PlayStation 3. Graficamente é um supra-sumo tecnológico, dando-nos tudo aquilo que sempre quisemos num jogo de corridas. Todos os cenários são dinâmicos, variando em fases do dia. Os belos dias solarengos em alguns circuitos são substituídos por noites negras, ou fins de dia com o sol a ferir os nossos olhos. Iremos correr debaixo do chão, em enormes pontes, em cima de arranha-céus, ou simplesmente em subúrbios. Em todos eles, prima a cor, a diversão em circuitos muito bem construídos, onde cruzamentos, fugas e caminhos alternativos são uma constante. Não esquecer também que MotorStorm: Apocalypse suporta o 3D estereoscópico, apesar de pessoalmente gostar de jogar sem 3D. Não que o efeito não seja melhor, mais real, mas perde em termos de velocidade, notando-se em certas alturas o motor de jogo a dar de si. Mas continua a ser uma experiência fantástica.
Depois de uma passagem pelo paraíso, MotorStorm está de volta maior e muito melhor. Temos agora veículos personalizados, um online mais sólido, com os perks e apostas, bem como um modo carreira com história dando um bom contexto para o que se está a passar no festival. Aliado a tudo isto temos um jogo graficamente fantástico, arrebatador em termos de espectáculo e divertimento. De realçar um motor de jogo de topo, muito acima de qualquer outro jogo de corridas, fazendo-nos pensar o que muitos outros andam a fazer enquanto a Evolution consegue entregar três jogos completos.