PlayStation Vita: O primeiro embate
A vida no império do sol.
É já no próximo dia 17 de Dezembro que a PlayStation Vita vai provar ao mundo do que é capaz, através de uma primeira amostra em forma do lançamento Japonês. É um acontecimento de alta importância, não só pela chegada de um novo hardware portátil dedicado aos videojogos como principal ponto de entretenimento, mas também porque é a resposta da Sony à Nintendo 3DS, ao atual estado do mercado portátil e à constante evolução do mesmo face à entrada da Apple. Esta é a visão da Sony para os próximos anos no mercado das portáteis e é a sua entrada na segunda fase de uma guerra na qual conseguiu marcar posição com elevada categoria.
Já aqui falámos sobre os jogos que vão acompanhar o lançamento Europeu e sobre os incentivos às pré-reservas, mas na verdade quando a PlayStation Vita chegar ao nosso mercado e ao mercado Norte Americano, a 22 de Fevereiro, não vai chegar como uma completa desconhecida. Muito já se vai saber sobre o que tem para oferecer e sobre o seu mérito quando o Japão a receber. É sobre este primeiro teste que quero aqui falar e sobre como o passado nos pode dar pistas para o futuro, numa altura em que as coisas podem mudar com grande rapidez caso uma estratégia não consiga triunfar. Para tal vamos forçosamente falar na guerra que a portátil de primeira geração da Sony enfrentou, do recente lançamento da Nintendo 3DS e da estratégia da Nintendo para esta indústria que também sente o impacto da atual economia mundial.
A PlayStation Vita chega ao Japão a dia 17 de Dezembro, e vai contar com cerca de 25 jogos a seu lado. Entre os lançamentos podemos destacar Uncharted: Golden Abyss, BlazBlue: Continuum Shift Extended, Katamari Damacy no Vita, Disgaea 3: Return, Lord of Apocalypse, Ultimate Marvel vs. Capcom 3, e Ridge Racer como alguns dos produtos que demonstram bem a diversidade que a Sony procurou obter tanto de si como de outras companhias para agraciar o lançamento da nova portátil. Mais do que uma variada oferta e um forte catálogo de sonantes nomes, estes jogos parecem demonstrar que a Sony, e as restantes companhias, estão já a aprender com alguns erros do passado e estão já a efetuar testes de estudo de mercado através do próprio catálogo de software inicial.
Jogos de ação e aventura na terceira pessoa, jogos de luta frenéticos e dinâmicos, séries conhecidas num novo formato, jogos de condução e os obrigatórios RPGS devorados pelo mercado Japonês. Está tudo lá e enquanto muitos podem argumentar que o utilizador é o alvo principal de tal diversificado esforço, muitos podem preferir acreditar que já temos aqui um estudo ao mercado e a como este vai reagir perante o que é oferecido. Pavimentar o caminho para o futuro e mostrar que investir no desenvolvimento para a portátil é viável parece ser desde já uma das principais missões. O ritmo de afluência e procura das editoras para produtos na Vita vai depender da sua prestação inicial e certamente que se um género em específico se destacar, então não se admirem que se torne no grande destaque a ser emulado quando entrarmos na segunda "vaga". Afinal, todos querem ser o próximo "Monster Hunter" portátil.
Em Outubro, quando as lojas Japonesas começaram a aceitar reservas para a Vita, os dados indicavam uma maior procura pelo modelo 3G e uma forte procura pelos cartões de memória, especialmente o de 32GB. O seu preço tem sido fortemente criticado e permanece atualmente um dos assuntos mais pertinentes numa qualquer conversa sobre a PlayStation Vita. Por esta altura a procura por jogos para acompanhar o sistema era ainda baixa, mas o ritmo de pedidos para reservar a consola foi bem satisfatório pois só a meio de Novembro as grandes lojas voltaram a aceitar pré-reservas, face ao receio de não ter unidades suficientes para todos os pedidos.
A escolha do modelo, apenas Wifi ou 3G+Wifi, é um dos resultados mais esperados das vendas no Japão ao qual se juntam as vendas dos jogos e os dados das vendas dos cartões de memória. São três dos principais indicadores que mais despertam a curiosidade e o interesse de todo o mundo. São alguns dos elementos que podem ajudar a formar ideias para o lançamento Europeu, tanto por parte da gestão corporativa como por parte do consumidor. Isto porque com os jogos a custar entre os 50 euros e os 40 euros nas versões digitais, pode eventualmente surgir a possibilidade de um consumidor que adquire um novo sistema recorrer aos jogos do anterior sistema portátil da Sony.
Aqui entrámos numa das temáticas mais frágeis da Vita, que atualmente suscita também grande discussão, a retro-compatibilidade. Com um catálogo tão atraente na sua estreia, uns podem questionar porque se iria querer jogar jogos de anterior geração. Mas quando se tem uma grande coleção construída ao longo de 6 anos, jogar num novo sistema e ver como podem ser melhorados é algo tanto válido quanto pertinente. Além do mais nem todos têm uma carteira para sustentar todos os jogos Vita que desejariam obter, mas provavelmente a maioria que vai adquirir a Vita tem um forte catálogo PSP na sua coleção.