Press Play
Reviver antigas experiências!
Quem chega à Rua do Bonjardim, na cidade do Porto, a dois ou três minutos percorridos a pé a partir da Praça da República, só precisa de descer até ao nº 618-A para avistar ao fundo de um corredor de uma pequena zona comercial, uma montra onde estão instaladas máquinas que piscam umas luzes à boa moda dos salões de convívio arcade. A Press Play privilegia recortes e memórias vivas de fases já percorridas da indústria encerrando com isso, sobretudo, uma familiaridade calorosa, um autêntico regresso ao passado, de certo modo, confortável. É praticamente um loja de capelas. Desde logo salientemos a descentralização. Uma loja eminentemente apontada para coleccionadores de videojogos situada em plena Invicta não é comum, mas mais que isso a raridade põe-se ainda do ponto de vista funcional. Sendo cada vez mais circunscrito o número de comerciantes que abrem pequenos e médios estabelecimentos, montando o seu negócio para vender ao público um espartilho de novidades, a Press Play contraria a tendência e propõe um conceito diferente mesmo que isso possa implicar a atribuição de uma certa margem de risco.
Fomos recebidos por Diogo Stuart, um dos responsáveis pela loja e que imediatamente se disponibilizou a promover uma visita guiada, elencando os produtos à disposição dos interessados, ao mesmo tempo que nos explicou os objectivos que tem para com este seu novo negócio que não se cinge apenas à venda de produtos retro. É que ele também repara sistemas avariados, seja que plataforma for, portátil ou “bibelot”.
Não foi por acaso, porém, que o recordamos de outras andanças, nomeadamente a co-organização do evento Wii Tour no Dolce Vita Dragão vai para mais de dois anos. Diogo sente-se confortável quando veste a farda de dinamizador e promotor de eventos que estejam associados com jogos de vídeo. Fá-lo com uma dedicação abismal e da última vez que o encontramos já estava a tomar diligências no sentido de “transpor” a loja para o IberAnime que iria decorrer em Lisboa. Uma boa oportunidade para encontrar interessados nos produtos que tem para oferecer.
Ao lado do Diogo alguém nos conta que na loja entram clientes de tenra idade, passando pelos universitários e até algumas pessoas de idade respeitável, que sabendo da especialidade da loja, dirigem-se até lá, no sentido de descobrir algo que tenham em falta. O contacto com a nostalgia é dominante, mas não é exclusivo nem encerra o principal atributo da loja. Sendo um estabelecimento ainda recente, aberto há poucos meses, Diogo conta que a realização de eventos é uma tónica dominante e que tem servido para abrir o espaço aos nichos de mercado. Estabelecer uma ponte entre nostalgia, lançamentos actuais e um certo fervor pela área é uma equação que procura promover. Daí os torneios, assim como a possibilidade de um grupo de amigos se juntar em torno de um jogo especial para o fabrico de uma competição.
O espaço é amplo e vasto para organizar secções específicas. Numa zona Diogo acomodou consolas mais antigas e mantém-nas ligadas a um televisor não HD, procurando reproduzir e assegurar um grafismo fiel à época do produto em exposição. Um dos cuidados que tem é a mudança constante dos produtos em exposição. “Já aí esteve a Dreamcast com o Grandia 2. Sentaram-se aí dois rapazes a passar um bom bocado do jogo, enquanto recuperavam e assinalavam grandes momentos desse jogo. Depois disso levaram-no!”.