Prototype 2 - Análise
Uma estória de vingança impera em todo o jogo.
Comparações com inFamous à parte, o primeiro Prototype foi um jogo fantástico e a definição perfeita daquilo que deve ser um sandbox. A cidade estava aos nossos pés, no papel de Alex Mercer, afetado por um vírus que lhe garantiu poderes sobre-humanos e invejáveis a qualquer super-herói ou vilão, nada nos conseguia parar. Poder escalar arranha-céus e saltar de telhado em telhado sem qualquer limitação era extraordinário, assim como o poder de destruição, que ao aterrar depois de um grande salto, deixava uma cratera enorme no chão e mandava todos os objetos em redor pelo ar.
Prototype 2 oferece, sem tirar nem por, a mesma experiência, desta vez na pele de James Heller, um soldado americano no Afeganistão que vê a sua mulher e filha morrerem devido ao vírus Blacklight que se espalhou pela ilha de Manhattan, em Nova Iorque. Ao descobrir que foi Alex Mercer o responsável pela libertação do vírus, Heller jura vingança. Num confronto com Mercer, Heller acaba por ser infetado pelo vírus e ganha todos os seus poderes: super força, velocidade, habilidade de planar e disfarçar-se de qualquer pessoa.
Com três anos de distância em relação ao lançamento do primeiro, Prototype 2 é um jogo mais amadurecido e que não comete os mesmos erros. A estória é apresentada de forma bem clara e não confusa, é mais sentimental e há um motivo concreto para vingança, se bem que há um conflito entre este lado sentimental e a forma como o jogo se desenrola, que consiste em consumir sem qualquer piedade indivíduos importantes da Gentek (empresa que criou o vírus Blacklight) e aliados de Mercer, já para não mencionar que é possível consumir qualquer pessoa que atravesse à nossa frente no meio da rua.
Alex Mercer é o grande vilão, e embora a Gentek seja vítima dos ataques de Heller de uma forma constante, é sempre com o propósito de descobrir os planos malvados de Mercer, que conseguiu infiltrar-se nas posições elevadas da Gentek. Mercer e Heller não são os únicos com super habilidades, existem mais infetados com as mesmas habilidades que teremos de enfrentar e consumir para descobrir os planos maléficos de Mercer.
"Esta sensação de poder é contagiante. Não há qualquer receio em atacar seja o que for."
Esta é a segunda vez que a cidade de Nova Iorque é infetada por um vírus deste género e progressivamente vemos a cidade a ficar um caos, são cada vez mais os monstros e infetados a deambular pelas ruas e a presença militar fica mais forte. Os poderes de Heller também ficam progressivamente mais fortes e dentro de pouco tempo somos uma força da natureza imparável. Não há helicópteros, tanques ou qualquer outra força militar que consiga resistir, e parecem mais brinquedos nas mãos de Heller que veículos militares reais.
Esta sensação de poder é contagiante. Não há qualquer receio em atacar seja o que for, e dentro de pouco tempo, até os outros infetados com poderes semelhantes aos de Heller deixam de representar uma grande ameaça. Por vezes é necessário conter todo este poder e força destrutiva, há missões que requerem stealth para que Heller se possa infiltrar num edifício da Gentek ou fazer passar-se por alguém para que possa descobrir informações. Mas em grande parte, Prototype 2 é um jogo de destruição excessiva, e se é isto que procuram, não vão encontrar melhor.
Também há missões secundárias que ajudam a Heller a evoluir aspetos que as missões da estória não conseguem, como a capacidade ofensiva e defensiva. Não vão encontrar muita variedade, as missões não são mais que de apanhar pacotes deixados por helicóptero de telhado em telhado ou encontrar alguém e consumi-lo, ou então ir a determinado local do mapa e destruir tudo. Ficar mais poderoso é o único incentivo para completar estas missões, mas no fundo, esse acaba por ser o objetivo do jogo todo.
Heller é uma máquina de destruição massiva com meios para se adaptar a qualquer situação. Os braços de Heller podem-se transformar numa questão de segundos em garras, uma lamina gigante, punhos gigantes, um chicote ou um escudo protetor para contratar atacar inimigos ou refletir misseis. Qualquer uma destas armas é igualmente mortífera e capaz de cortar ao meio qualquer um que se oponha à nossa vontade.