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Resident Evil 5

Horror chega a África!

Ainda com alguns meses pela frente até à estreia do próximo capítulo de Resident Evil nas consolas da moderna geração (agendado para Março de 2009), a Capcom levou por diante a ideia de estimular o interesse dos jogadores, colocando uma pequena porção de Resident Evil 5 no Xbox Live Marketplace nipónico, numa abertura ao sufrágio universal. Apesar da limitação por território, é intenção da produtora fazer chegar a demo além fronteiras, estando ainda por apurar se haverá uma distribuição semelhante por via das consolas PS3. Independentemente disso os jogadores titulares de contas japonesas com assinaturas em ouro estão habilitados para descarregar os perto de 500 megas que garantem acesso a dois segmentos do jogo que tanto podem ser completados em modo individual como colectivo com e sem on-line.

Desde Resident Evil 4 que a série balaústre de survival horror/action da Capcom entrou num novo paradigma, seguindo para lá dos puzzles e mansões assombradas com inimigos escondidos à penumbra, para se estabelecer em cenários amplos e desconhecidos com um novo arranjo de inimigos, visivelmente instáveis e violentos e dos quais resultaram poderosas imagens de marca como o homem do motosserra, impiedoso carrasco de cabeças. Com a reinvenção da série a jogabilidade modificou-se substancialmente. Havendo áreas mais amplas a personagem teria de circular com outro fulgor muito embora com a concessão de uma perspectiva cinematográfica a deslocação se mantenha pausada e sem a mobilidade que é conhecida em jogos de acção propriamente dita como Gears of War. Por não pactuar com a disponibilidade para combates mais tácticos, como se de guerrilha se tratasse (não há sistema de cover) este novo percurso na série, embora mais violento e vocacionado para o combate não perdeu o carisma da sobrevivência e horror que sempre lhe foi associado.

E neste primeiro contacto com o jogo compreende-se que o modelo de jogo formatado em RE4 está de volta e mais evoluído. Nesta altura do campeonato também não configura uma novidade a escolha do território africano como centro nevrálgico dos acontecimentos, e por aquilo que já se viu determinadas secções de jogo deverão decorrer à luz do dia, mas nem por isso se diluíram os momentos inquietantes e de sufoco em secções mais escuras e apertadas. Os produtores conseguiram balancear o avanço em zonas exteriores com a exploração no interior das casas, locais onde alguns negros afectados pelo vírus se refugiam para surpreender mediante ataques inesperados.

Ainda está por saber o real papel deste misterioso comandante de multidões, mas pela amostra não guarda qualquer remorso durante a execução pública.

A demonstração permite o acesso a duas áreas de jogo com diferentes rotinas. A primeira, sob o título Public Assembly, há muito que já era pública desde os fotogramas divulgados aquando do primeiro trailer, acompanhando-se uma execução pública com a vibração nos assistentes em euforia despoletada por um sujeito de megafone em punho, mestre de multidões. Chris Redfield regressa à titularidade da série (antes em RE Code Verónica), mas desta vez acompanhado por uma agente local, Sheva Alomar, ela também empenhada em desvendar todo aquele mistério. Os dois assistem à execução e nesse instante, depois de detectados, a multidão ataca o reduto num segmento que se equipara totalmente com o assalto ao barracão onde Leon Kennedy se viu isolado quando os gañados lhe deitaram o olho em RE4.

Tal como nesse episódio é possível fechar janelas e portas com alguma mobília, num sossego temporário, já que ao fim de algumas tentativas os negros irrompem pelas janelas, porta e telhado abeirando-se cada vez mais com facas, garrafas de vidro e catanas em riste na mão despoletando uma série de ataques vigorosos. Se em RE4 convinha deitar um olho à filha do presidente dos Estados Unidos, Ashley Graham, mantendo-a à margem das investidas dos adversários, Sheva presta-se a uma outra utilidade, perfeita aliada de combate no desbravar dos magotes enraivecidos, se bem que as tarefas mais exigentes como a eliminação de um carrasco tenham de passar pelo poder da personagem central. Ambos formam uma equipa e alcançam o apogeu do combate em cooperação em rede ou por hipótese de ficar Sheva controlada pelo computador no modo individual, quando seguem percursos distintos dentro da mesma secção, sendo isso particularmente notório no segmento Shanty Town cabendo a Redfield providenciar apoio e fogo de cobertura para os edifícios do outro lado, até que Sheva possa desenvencilhar-se dos adversários e garantir acesso ao exterior.