Resident Evil 5
Morrer em Kijuju.
Resident Evil é já um clássico para todos os adeptos de videojogos. Um jogo que conseguiu evoluir consoante a plataforma e gerações tecnológicas. Para quem é fã incondicional, ou que apenas teve o seu primeiro contacto com a série no Resident Evil 4, estará certamente em pulgas para poder colocar as mãos na sua quinta incursão.
Depois do brilhante Resident Evil 4, na GameCube e mais tarde na Playstation 2, foram necessários quase quatro anos para podermos novamente embarcar na viagem de um survival horror típico, ou até não. A tendência está mais virada para jogo de acção, com pequenos elementos de um survival horror. É perfeitamente notória a tentativa por parte da Capcom de agradar a gregos e a troianos, sendo que uns odiarão e outros adorarão esta estratégia.
Para esta antevisão foi possível percorrer os primeiros três capítulos do jogo, já de si bastante longos, que nos levam até algumas revelações e aos mais variados ambientes. Somos mais uma vez Chris Redfield, em nova missão, num terreno agreste e poeirento de África. Ao serviço da BSAA (Bioterrorism Security Assessment Alliance), relatos da actividade da Umbrella Corporation levam Chris a investigar uma cidade local, chamada de Kijuju, onde poderá estar o foco da actividade. Para isso terá o apoio de Sheva Alomar, também ela membro da BSSA. Como já é sabido, podemos controlar as duas personagens, isto em modo cooperativo, sendo Chris a única em modo a solo.
Sheva Alomar é a nossa companheira, esta ajuda-nos em diversas ocasiões tais como alcançar determinados locais inacessíveis à primeira vista, sendo uma relação imprescindível para a progressão do jogo. Também interessante é a troca de objectos e armamento entre os dois, principalmente no modo cooperativo. Esta opção permite termos uma abordagem mais táctica, repartindo estratégicamente o tipo de armamento por cada um. Esta troca é muito útil, pois inúmeras vezes troquei de munições, ou mesmo quando não podia carregar mais nada, pedi a ela para levar consigo.
A jogabilidade mantém-se intacta em relação ao Resident Evil 4, fórmula revolucionária que influenciou alguns dos melhores jogos de acção que surgiram posteriormente e que surge agora com alguns retoques. Muitos poderão ficar cépticos e questionar se funciona perante os actuais padrões, onde a liberdade e dinâmica frenética imperam nos videojogos. Esta opção de se manter uma fórmula tradicional, principalmente na forma estática na altura de disparar, sendo um pára e arranca a cada ingresso pelo disparo. Pessoalmente, e na linha de criar maior tensão, este sistema funciona. É tudo uma questão de hábito, e de persistência, principalmente se formos adeptos de action shooters, a curva de aprendizagem poderá ser maior, levando muitas vezes a uma certa frustração. Após este período, esta acção é efectuada quase de forma instantânea, sendo a procura por locais mais recônditos e fáceis de disparar uma das constantes opções. Já para não falar das corridas quando fugimos de certos animais, esses mesmos que estão a pensar. Cães com duas cabeças, ferozes e sedentos por abocanhar carne fresca.
Como referi no início, a série Resident Evil tem acompanhado a evolução dos videojogos, sendo agora mais um jogo de acção que propriamente um survival horror. As únicas vezes em que sentimos o efeito terror em nós, foi quando atravessámos um monte através de umas minas escuras, apenas iluminados por uma lanterna. Mas mesmo nesses momentos o efeito foi parco, em virtude da pouca actividade dos mineiros-zombies. Se já de si a jogabilidade cria em nós um efeito de prisão, de movimentos lentos, a acção dos inimigos poderia ajudar ainda mais, mas tal não acontece, e quando acontece não é da forma esperada. Apenas inimigos como o homem da moto serra, em certas alturas os cães, sub-bosses ou o encontro com gigantescos bosses quebra um pouco essa monotonia. Tudo o resto é um jogo de acção, onde destruição, efeitos pirotécnicos, imensos inimigos e QTE entre as acções, criam um jogo mais dinâmico e real. O equilíbrio entre um jogo de acção e survival horror parece funcionar, tal como dissemos, numa tentativa de agradar a todos.