Resident Evil: Operation Raccoon City
Kill'em all.
Nos últimos tempos a Capcom tem vindo a delegar o desenvolvimento de algumas importantes propriedades individuais em estúdios ocidentais, numa tentativa de facilitar a incorporação de novas ideias e sugestões, ao mesmo tempo que liberta os estúdios internos para outras franquias. Assim sucedeu com Dark Void, com Bionic Commando (Grinn), com Devil May Cry (Ninja Theory) e com Dead Rising 2 (Blue Castle Games). Com Resident Evil: Operation Raccoon City a Capcom confia no estúdio da Slant Six Games para um rumo diferente do habitual na série Resident Evil.
O nome do título espelha bem algumas evidências neste percurso depois de Resident Evil 5. Por um lado há um interesse em voltar às origens, ao incidente com a Umbrella Corporations na cidade de Raccoon, numa perspetiva que segue de perto a atuação das forças policiais a partir do momento que o vírus se espalha pela cidade. As personagens mais conhecidas da série que ficaram ligadas a este princípio de fogo estão lá e farão parte do argumento, embora desta vez e por contraponto ao desenvolvimento dos jogos mais antigos, este Resident Evil esteja mais perto de uma vertente de ação, sendo que a aposta nos combates na terceira pessoa, recorrendo a operacionais dotados de diferentes qualidades e vocações, seja um dos aspetos que acabará por rotular o jogo.
Não pensem por isso que estamos aqui perante um RE de feição mais tradicional. Este enxerto foge desse clima e passo curto, abrindo aqui uma válvula de escape ao clima de "survival" em detrimento de fornadas de ação. Ainda que estejam previstos confrontos com criaturas horrendas e algumas delas impressionantes, o poder bélico dos militares destacados para as áreas infetadas é levado à letra e isso implica que o recurso à ação seja tido como primordial e um elemento chave na construção do jogo. A Slant Six Games tem já um assinalável historial com assinatura na série Socom, com dois jogos editados para a PSP e um outro para a PS3.
Ao passar para a série RE abre-se um desafio e todo o aliciante que é poder trabalhar num universo consagrado e de forte pendor mediático. Se isso pode traduzir um acréscimo de responsabilidades, o facto de fugir ao trilho mais tradicional, deixa margem para evoluir e tentar algo mais inovador e diferente do que já vimos na série, conciliando aqui o interesse de muitos jogadores que não estão tão propensos para o registo explanado nos jogos mais tradicionais, já que nesse âmbito a Capcom prefere que seja o seu quartel general a ditar o comando da série.
Com a demonstração programada para a recente E3, lançamo-nos à descoberta de Operation Raccoon City, ainda que limitados no tempo de utilização, já que existe um tempo máximo para cada mapa.
O espaço temporal do jogo decorre em 1998, quando o vírus se espalhou pela cidade e contagiou a população. Mas desta vez, ao invés de acompanhar as forças de intervenção BSAA, o jogador está do lado das forças de segurança da Umbrella, competindo-lhe a destruição de todas as provas que impliquem a corporação e ainda eliminar todos os sobreviventes que escaparam à propagação do vírus T. Todavia, o naco forte para o qual irão apontar baterias é mesmo carne infestada e aqui os zombies multiplicam-se e atuam em grande grupo se algum elemento das forças de segurança for mordido e espalhar sangue à sua volta.
Ao escolher os acontecimentos que estiveram na origem da série os produtores conseguiram criar um jogo que não oferece grandes constrangimentos por quem não completou os jogos anteriores. Pelo contrário, ficará até com uma ideia mais clara sobre o que esteve na base da propagação do vírus. No terreno a ideia é manter firme a aliança entre quatro membros das forças de segurança, membros esses que podem corresponder a diversos elementos, dependendo das características como agilidade, capacidade para confronto na primeira pessoa. Há um conjunto de características afetas a cada categoria de soldado que farão toda a diferença na forma como irão reagir contra as hordas de zombies.