Eurogamer PortugalAgora que foi lançado, consideram o preço o correto? Ou voltavam atrás?
Jeffrey Ferreira
Achamos que sim. É algo importante, mas analisamos muitos jogos e ver o que eles ofereciam e a que preço estavam. E achamos que Under Siege estava acima da média, e colocamos o jogo nesse patamar. Por isso não fazia sentido colocar o jogo a um preço de jogos que não estavam no mesmo patamar que o nosso.
Filipe Pina
Por exemplo iremos agora lançar a atualização gratuita. Por isso preferimos que esteja a um preço que faz sentido, e depois oferecer conteúdos a quem o comprou.
Eurogamer PortugalE colocar Under Siege em outras plataformas?
Filipe Pina
Para já não existe qualquer plano. O jogo apenas está na PlayStation 3, mas não é exclusivo da consola. Não temos nada assinado sobre isso. Os jogadores PC é que mais se queixaram, os da Xbox 360 nem muito.
Jeffrey Ferreira
Sobre a versão Xbox 360, por acaso pensamos nisso. Mas pensamos em que plataforma apostar, e recaiu na PS3.
Eurogamer PortugalE porque não um Under Siege Vita? Faria todo o sentido.
Filipe Pina
Existem muitas pessoas que gostavam que isso fosse possível. Já nos passou pela cabeça, mas agora estamos focados na PlayStation 3 e apoiar a comunidade e o jogo. A ideia é fantástica e interessante, mas não para já.
Eurogamer PortugalTiveram algum tipo de problemas ou dificuldades em produzir para a PS3?
Jeffrey FerreiraDa nossa parte não tivemos essa dificuldade. Posso falar por exemplo do suporte que a Sony dá em termos de produção. Esse suporte permitiu por exemplo termos todas estas funcionalidades no jogo. É sempre complicado começar a trabalhar numa nova plataforma de raiz.
Filipe PinaTivemos esse exemplo na Nintendo DS. O que faz a diferença é mesmo o suporte da dona da plataforma. Pois eles é que sabem o que está lá dentro e são os primeiros a fazer jogos para o sistema. A Sony não entrou com o dinheiro para a produção, mas entrou com este apoio fantástico. Na parte da programação, publicação, quer nos motores de jogo associados, como o Havok, tivemos sempre um grande apoio.
Eurogamer PortugalPegando nesta questão de produção e hardware, o que acham dos sistemas como o Kinect?
Filipe PinaAcima de tudo somos jogadores. Gostamos imenso do iPhone, da Nintendo, da Xbox 360, e jogamos de tudo. Mas depois da experiência com o Kinect, por exemplo o jogo do Star Wars, em que vi uma menina a fazer figuras tolas, cansada e nada batia certo. Não sei o que ela estava a fazer. Pois estava a olhar para a personagem e os movimentos não batiam certo. Eu não quero fazer figura de tolo. Já com o Move houve alguma apreensão sobre se iríamos andar a bracejar, queríamos usá-lo como controlo e funciona muito bem, com precisão. Mas sobre o Kinect, tudo o que vi falta precisão. Mas repara, eu com a Wii também não tinha precisão e divertia-me, mas com o Kinect não quero conduzir com as mãos no ar, e no jogo Star Wars preferia estar com um comando e ter os botões e ter alguma interação com um objeto na mão. Mas ainda não vi um único jogo que funcione. Talvez o Fruit Ninja...
Eurogamer PortugalE o Dance Central?
Filipe PinaSim também. Mas quando queres progredir com uma personagem no terreno é muito complicado. Estás a andar para onde? Fazes que andas?
Jeffrey FerreiraMas eles não deixaram de inovar. Eles têm um periférico novo. Agora a única coisa que têm que fazer é encontrar o conteúdo certo para o periférico em questão. Nesse caso do Dance Central faz sentido. Mas talvez o Star Wars não. Acredito que também é uma questão de faixa etária. Um miúdo faz de conta que é um Jedi, e o puto realmente diverte-se. Para nós se calhar não faz muito sentido, que estamos numa faixa etária mais acima. O equipamento está lá, por isso é uma questão de encontrar o conteúdo certo para ele.
Eurogamer PortugalUnder Siege é o presente e também o vosso futuro. Mas parecem ter algo mais. Under Siege 2?
Filipe PinaNão queremos mandar a comunidade assim de repente embora. Do tipo, "Agora está aqui o Under Siege 2". Por isso temos sempre que pensar se esta a correr bem e penso que está. Temos que continuar e o dever de apoiar o jogo. Não somos do tipo, "Gastaste já o teu dinheiro? Agora tens aqui outro jogo". Mas é claro que temos outros projetos. Só que são projetos que temos sempre. Mesmo antes do Under Siege tínhamos montes de projetos na gaveta. Fazemos protótipos de alguns jogos e testamos as ideias, ver se funcionam.
Eurogamer PortugalQual seria o género que fariam a seguir?
Jeffrey FerreiraDe certa forma fará algum sentido de continuar a fazer jogos do género RTS.
Filipe PinaExiste pessoal na equipa que gostaria de fazer um FPS. Nós gostaríamos de fazer, claro. Mas na perspetiva de negócio não faz sentido. Existe aí pessoal a fazer mil shooters por ano, e muito bons. Como se consegue competir com isso? Já fizemos um RTS e não havia assim tantos nas consolas e de certa forma conseguimos alguma identidade na indústria. Fazer algo diferente era perder essa identidade. Mas por exemplo, simuladores esquece. (risos)
Jeffrey FerreiraMas neste momento o próximo jogo, o próximo género está completamente em aberto. Desde que aquilo em que tivermos a trabalhar seja divertido, a nossa mente está aberta para outros projetos. Não estamos propriamente bloqueados nos RTS. Temos muito por onde explorar.
Filipe PinaO que acontece muitas vezes é termos uma ideia, e pensar "Isto seria porreiro", mas depois vemos que já está feito. Caramba... (risos) Tem sempre que ser uma fusão ideal sobre o que queremos fazer e sobre o que faz sentido fazer em termos de negócio.
Eurogamer PortugalEntão o Under Siege é o vosso futuro?
Jeffrey FerreiraSim, por exemplo, podemos alterar o jogo. Porque não incluir micro-transações, como nos mercados asiáticos? Existem muitas coisas a fazer. Para já temos a atualização gratuita, depois vemos. Ideias há muitas. Como por exemplo expansões, etc... Temos que analisar sobre o que fará mais sentido.