Sega: ainda é mais forte que tu?
Do fim da Dreamcast à estabilização enquanto editora. Mercado das arcades e Yu Suzuki.
A Sega Amusements USA é a companhia líder na indústria das arcades americanas. No continente Europeu a Sega Amusements Europe mantém uma estrutura de grande dimensão em marcha para fazer chegar a muitos países da Europa ocidental e de leste as recentes produções vindas do Japão.
Estúdios no ocidente para segurar mercados importantes
Mas se os estúdios internos ou “second parties” permitem à marca pautar os interesses numa escala de edição planetária, abraçando por vezes vezes projectos inovadores e mesmo arriscados, como sucedeu recentemente com Madworld e House of the Dead: Overkill, dois títulos provindos de estúdios independentes, a Sega reconhece que o mercado ocidental está em franca expansão, representando toda uma porta de oportunidades e negócios.
Essa percepção foi suficiente para levar a marca a criar estúdios americanos e europeus, transformados em filiais da marca. Os estúdios mais recentes, Sports Interactive (Football Manager) e The Creative Assembly (Total War) têm gerado proveitosos lucros, não tendo corrido pela mesma batuta o estúdio britânico Sega Racing Studio que trouxe para o mercado Sega Rally (Xbox 360 e PS3, aquele que acabou por ser o único jogo editado pelo estúdio), tido para muitos como o grande herdeiro do mítico Sega Rally 1 e 2 das arcades (tendo o primeiro beneficiado de uma excelente conversão para a consola Sega Saturn).
Não muitos meses depois do lançamento de Sega Rally a Sega acabou por dissolver o estúdio, enviando a maioria dos trabalhadores para a Codemasters, alegando que os custos de produção do estúdio inviabilizaram a manutenção do mesmo. Guy Wilday ficou perto de concretizar o sonho de fazer um novo OutRun para as actuais plataformas.
A estratégia ocidental da Sega, como forma de ganhar avanço no mercado britânico e americano, desenvolvendo jogos adaptados a um público concreto, começou por ter as primeiras grandes contrariedades, numa fase de consideráveis perdas da companhia, não tendo sido alheio para essa quebra a falta de software original nas arcades que ainda é um dos principais sustentáculos da empresa. Por seu turno títulos como Super Monkey Ball para a DS e Football Manager acabaram por ter um desempenho positivo dentro da folha das vendas, o que permitiu equilibrar as contas no final de mais um ano.
Recessão económica; encerramentos e despedimentos na calha
No entanto a crise financeira gerada no final do ano passado à custa do “sub-prime” e outras aplicações financeiras apelidadas de tóxicas, está a causar dificuldades por todos os sectores ligados ao comércio. Para o mercado das arcades a Sega Sammy já sente acrescidas dificuldades (num mercado em acentuada extinção) e por isso anunciou em Fevereiro último, que pouco mais de um terço dos seus espaços dedicados às arcades deverão ser encerrados nos próximos tempos.
A situação está de tal modo complicada para as produtoras dedicadas, sedentas de novas receitas, que está já na calha um aumento de vinte ienes por cada partida numa máquina. Desde que o mercado das arcades abriu portas em 1970 que os japoneses pagavam por partida 100 ienes. Este previsível aumento, como forma de atenuar a crise, implicará que os jogadores usem mais do que uma moeda para accionar um crédito. Mais um inconveniente para os utilizadores, mas uma tentativa desesperada para os editores assegurarem a manutenção do mercado.