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Splatterhouse

Litros e litros de sangue.

Se houvesse um concurso para eleger o jogo mais violento de sempre Splatterhouse era facilmente o vencedor. Tal coisa não seria de estranhar, já o original para a TurboGrafx-16 foi um dos primeiros jogos a receber um aviso parental na sua capa devido aos seus conteúdos apenas aconselhados para os maiores de idade. Só para terem uma ideia do grau da violência, posso dizer com segurança que o que viram nos jogos God of War é, neste aspecto, inferior a Splatterhouse.

Não há uma única coisa em Splatterhouse que não demonstre a sua brutalidade. Após inserir o jogo na consola e passados os créditos iniciais, aparece uma criatura horrenda. Pressionamos start e desfaz-se em pedaços e sangue que saltam directamente para o ecrã. Isto tudo acompanhado por gritos e sons aterradores.

Mas o factor surpresa deste jogo não é a sua violência, qualquer um que tivesse visto um vídeo ou conjunto de imagens percebia de imediato que isso seria algo presente. Algo inesperado em Splatterhouse era que conseguisse apresentar uma história decente. Fiquei completamente surpreendido porque esta até acabou por ter qualidade e ser interessante. Claro que não contém profundidade ou a capacidade para mexer com os vossos sentimentos, porém, se gostam de filmes de terror certamente que será do vosso agrado.

Existe trailer mais badass do que este?

Esta aventura sangrenta começa com Rick Taylor no chão a esvaiar-se em sangue e com um cientista maluco, Dr. West, a raptar a sua namorada, Jenny. Para a sua sorte Rick vê uma mascara à sua frente que sussurra que o pode ajudar. Estando à beira da morte Rick não vê outra alternativa e põe a mascara que de imediato o transforma numa criatura musculada e extremamente poderosa.

Na realidade em Splatterhouse não temos apenas uma personagem no papel principal, temos duas. O Rick e a mascara são duas identidades distintas e interagem com o decorrer do jogo. A mascara serve como um guia ou uma ajuda que nos vai explicando algumas das coisas em Splatterhouse. Mas esta não é a sua única função, a mascara serve também para dar humor. É engraçado ver a mascara a gozar com Rick ao sugerir que a sua namorada está a ter relações sexuais com o cientista que a raptou: "Oh! Dr. West! It's so big!"

Splatterhouse é um jogo desinibido e que não tem problemas nenhuns de mostrar cenas que chocariam a maior parte das pessoas. O próprio jogo gaba-se disso, há um certo momento em que a mascara diz "See, that's the kind of s*** that gave us an M rating." Obviamente que a Namco Bandai poderia ter optado por reduzir a violência e gore do jogo, mas isso seria uma decisão prejudicadora. É esta mesma grande violência que transforma Splatterhouse em algo extremamente divertido. Para alcançar esta diversão não podem levar o jogo muito a sério. Numa ocasião Rick pergunta "Who built this s***?" A mascara responde "Don't try to make it sence Ricky."

Poderia-se dizer que Splatterhouse é repetitivo porque resume-se do princípio ao fim andamos a eliminar criaturas feias das formas mais dolorosas possíveis, contudo, isto não é na verdade o que um título do género hack and slash deve oferecer ao seu jogador? E para algo ser considerado repetitivo é preciso estarmos cansados de fazer constantemente a mesma coisa. Ora, eu não senti isso em Splatterhouse, ao fim de terminar o jogo estava novamente pronto para mais uma rodada.