Super Street Fighter IV 3D Edition

A Capcom quer ter um Street Fighter no pináculo das novas tecnologias. Primeiro com SF IV para as consolas da nova geração, depois com uma versão para os telemóveis inteligentes e agora uma versão em 3D, com base na evolução Super.

Yoshinori Ono, director da série e produtor, foi à Holanda – Blanka também lá foi - mostrar aos jornalistas a proposta para as batalhas tridimensionais de rua numa portátil. É provável que os puristas do género, ansiosos e na dúvida perguntem algo como; onde está o stick para fazer aquelas combinações do arco da velha? Não há, nem serve o stick porta chaves, réplica miniatura do tournament stick. Este Street Fighter é para uma portátil. Nada que surpreenda, porém. Noutros momentos foram lançados beat'em ups para portáteis e nunca se perdeu a chama dos combos e de outros truques sacados da cartola pelos mais versados.

Impressionante é a forma como a equipa de Yoshinori Ono foi capaz de manter na portátil muitos dos predicados que fizeram de SSFIV um "epic winner" nas consolas domésticas. Ainda que estejamos perante uma versão mais leve e com um traço algo cell shade, com fundos estáticos, os combates continuam à mesma poderosos e entusiasmantes, apanágio das versões caseiras.

O nível de detalhe das personagens é, apesar do emagrecimento, impressionante (todas as expressões e golpes estão lá). Na verdade, os movimentos que conhecemos, assim como as combinações ultra e super de cada personagem, continuam lá, o que significa que o coração do jogo permanece intacto. Balrog por exemplo, na qualidade de "charger" exige um bom domínio do analógico, mas ao fim de dois combates já tiramos um proveito entusiasmante das suas capacidades.

Nesse ponto, a utilização do d-pad será uma opção secundária para a maioria dos jogadores. Através do botão analógico é bem mais simples e produtivo efectuar as combinações que conhecemos e mesmo as mais difíceis acabam por sair com alguma habituação. É um botão que permite um deslizar fluido e dinâmico, capaz de acompanhar ultras mais complexos como os de Zangief, pelo que a utilização de SSFIV em 3D está salvaguardada para os adeptos puristas do género.

Isto porque a Capcom decidiu modificar algumas regras de jogo em função do ecrã táctil inferior. Neste caso o que existe é uma série de golpes e ultras e supras que o jogador pode activar – quando disponíveis – pressionando a opção pretendida e logo o lutador em presença efectua o golpe. Há quem apelide esta opção de SSFIV para novatos, excluindo as rotações e outras combinações complexas de executar através do botão analógico. Em boa verdade é um sistema que descaracteriza sobremaneira a chama do jogo e da série. SF sempre se conciliou com dificuldade e do prazer que se extrai com tempo e aquisição das combinações. Mesmo assim a incisão não é irreversível.