Total War: Shogun 2
Cada vez melhor.
A série Total War é um colosso estratégico que mais parece o Vinho do Porto, quanto mais velha melhor a sua qualidade. Já lá vai mais de uma década desde o primeiro jogo, e a evolução na qualidade tem sido a sua imagem de marca. Total War regressa às origens, foi com Shogun: Total War que tudo começou, mas acredito que não será com Total War: Shogun 2 que tudo irá terminar, pois certamente que num futuro próximo a Creative Assembly nos irá brindar com mais um jogo desta franquia.
Neste novo capítulo temos como objectivo final tornamo-nos Shogun, e para tal teremos que conquistar províncias, eliminar os nossos rivais, estudar as artes da guerra e economia, e desenvolver e fortalecer os laços familiares. Shogun 2 transporta-nos para um Japão Feudal dominado por Clãs, que lutam entre si para o domínio territorial. Nesta nova aposta a Creative Assembly dá uma maior importância aos laços e relações familiares, onde o modo campanha gira à volta da família.
Como sempre, nesta franquia, o jogo é dividido em duas partes. Uma delas é dedicada à gestão territorial, onde temos que gerir recursos, recrutar unidades, evoluir edifícios, relacionarmo-nos com outros Clãs, gerir as unidades, etc... A segunda parte do jogo é destinada às batalhas, sendo elas terrestres e navais. É esta combinação que faz de Total War a referência dentro do género, tendo sido até copiada por outros jogos.
Tudo é controlado a partir do mapa principal, que possui algumas modificações subtis, como o facto do terreno desconhecido encontrar-se em 2D. No modo campanha temos como objectivo tornamo-nos Shogun, e para tal temos que conquistar um número determinado de províncias, ou conquistar Kyoto. De referir que continua a existir um número limite de turnos, no caso da campanha mais curta, esta termina no Inverno de 1575. Cada província possui a sua cidade, que por sua vez possui recursos vitais para treinar novas unidades e até evoluir as suas infra-estruturas. Cada província possui recursos próprios, como por exemplo pedreiras, que serão necessárias para construir edifícios mais fortes. Também temos que efectuar upgrades aos edifícios/infra-estruturas existentes, para melhorar as trocas comerciais, a deslocação no terreno das unidades, e até a possibilidade de recrutar unidades mais capazes.
As províncias são parte essencial de Shogun 2, pois cada uma delas possui recursos vitais para melhorar as nossas forças. Há elementos que apenas poderão ser treinados em determinadas províncias, sendo estes dependentes dos recursos existentes nessa zona. Um bom exemplo são as unidades a cavalo, importantíssimas durante as batalhas, apenas as podemos recrutar em províncias onde existam estábulos.
O jogo tem agora mais elementos que poderão ser entendidos como provenientes de jogos RPG. Para além da já natural evolução das nossas unidades após cada batalha, temos também duas artes a serem estudadas, as capacidades bélicas (Bushido) e sociais (Way of Chi). A primeira é importante para as aptidões das nossas forças, atribuindo capacidades adquiridas através do seu estudo. A segunda, está relacionada com a gestão das nossas províncias, sejam os recursos, as leis, economia. Como podem constatar, o jogo está mais profundo, sendo mais exigente, onde vários factores contribuem para uma gestão equilibrada do nosso Clã.
Outro ponto que confere ao jogo uma maior colagem ao estilo RPG, é o facto der sermos agora nós a evoluir determinados elementos das nossas forças. Somos nós a evoluir, por exemplo, as características dos Ninjas, os sabotadores/assassinos de serviço, estes adquirem pontos de experiência depois de uma missão bem-sucedida, aumentando assim as suas capacidades e possibilidades de sucesso numa futura missão. Também somos nós a controlar a evolução de outros elementos, como os nossos Generais, estes adquirem pontos de experiência que podemos distribuir por determinadas habilidades.
A maior exigência, na gestão do nosso Clã, pode afastar um pouco os jogadores que amam principalmente as batalhas. Realmente, perdemos agora mais tempo nessas tarefas, mas pessoalmente não acho que retire a elevada importância das batalhas, são sempre cruciais. O contrário também pode acontecer, quem preferir a gestão irá passar para segundo plano as batalhas, optando sempre pela sua resolução através da simulação de batalha, nem sempre aconselhável pois o resultado final é muitas vezes surpreendente.