Um pouco mais de Forza
Em tempo de acesa competição automóvel.
Por regra sou muito conservador no que respeita às minhas consolas, sistemas que perpassam várias gerações e que permitem um acondicionamento bem vivo da história da indústria. É um hobbie coleccionar máquinas de outros tempos, boa ressalva de todo um período e memórias, e apesar de na esmagadora maioria serem todas usadas (quando era novo tive o que me ofereceram), nenhuma entregou a alma ao criador. O meu conservadorismo estende-se a toda a embalagem. Não deito rigorosamente nada fora; caixa, manuais, sacos plásticos e até aqueles com bolhas de ar para melhor embalar os sistemas dentro dos grandes pacotes de cartão.
Há uma caixa aqui, outra numa diferente divisão, embora arrumadas. Tenho-as dispersas, mas sempre à mão porque como diria o João Diniz Sanches “continuo a jogar nelas todas”. Não abdico de umas partidas retro daqueles jogos especiais. Apesar de tudo é junto ao moderno televisor de alta definição que tenho instalado o parque de alta definição.
Parque esse que há umas semanas ficou fragilizado temporariamente depois da Xbox 360 que eu julgava invencível à freima de anéis vermelhos contados nos fóruns por aí fora, ter seguído para o erro E-7. Vim a saber depois, quando a Microsoft me devolveu o sistema depois de reparado, que se tratava de uma falha na motherboard e também no leitor de DVD. Mas foram quase duas semanas inteiras de separação, embora muito do tempo lá fora tenha sido em trânsito aeroportuário. Felizmente ocupei alguns tempos livres para prosseguir a derradeira aventura de Solid Snake e quando a máquina chegou da reparação tive direito a um mês suplementar gratuito de Live, por ser um utilizador fiel da Xbox 360, escreveram eles numa nota.
Mas o Verão é uma altura em que despertam as provas de automobilismo, um pouco por locais míticos em todo o mundo. Há o campeonato da Fórmula 1, as 24 horas de Le Mans, a GP2 onde pontua nos lugares cimeiros o nosso campeoníssimo Álvaro Parente (Super Nova) e o WTCC do Tiago Monteiro, pelo que com muitas destas propostas conjugadas no fim-de-semana fui sentindo uma vontade terrível de desfazer umas voltas nas pistas de Forza 2, aquele que me parece o simulador mais divertido e empenhado do mercado. Não vos escondo: eu adorei a forma como o Kazunori catapultou a dimensão gráfica de Gran Turismo 5 Prologue tendo acrescentado a ímpar visão interior que só a bordo de carros potentes deixa antever como é vertiginoso levar um Ferrari F40 à exaustão das altas rotações. É fácil ficar arrebatado numa repetição, tão real parece o serpentear do carro e mexendo no quadro das afinações, com conhecimento de causa, o carro possibilita comportamentos arriscados.
Mas uma corrida de carros sem competição acesa e de faca nos dentes é “domingo sem missa” (Carlos de Oliveira in Casa na Duna). O WTCC é pródigo em leves toques nas traseiras dos carros precedentes, com os carros seguindo muito juntinhos, por isso, por mais que numa repetição de GT5P haja semelhanças com a transmissão de uma prova de resistência na Eurosport, na prática a competição no jogo de Kazunori ainda deixa muito a desejar, sendo até bastante semelhante ao que sucedia nos primeiros jogos da série. Falta trabalhar a física e dinâmica dos carros. A primeira coisa que senti quando me sentei num carro de GT5P foi a pouca sensação de peso na abordagem às curvas fechadas de maior impacto na travagem e sempre com aquele terrível ruído da borracha no asfalto cada vez que se dá um jeito no volante ao desfazer uma curva.