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WipEout 2048 - Análise

Nem tens tempo para gritar.

A série WipEout é quase incontornável nas plataformas da Sony, aparecendo aqui e ali, revelando sempre uma enorme solidez no produto final. A PlayStation Vita é a nova entrada da série, agora com o subtítulo de 2048, que é nada mais que o ano em que se inicia o grande campeonato destes pads voadores.

WipEout 2048 é um jogo que não tenta quebrar com o seu passado e trazer novidades em termos de jogabilidade só porque sim. Apesar de uma nova plataforma viver muito daquilo que pode fazer pelos jogos, o Studio Liverpool da SCEE, soube respeitar o formato já conhecido, não forçando o jogador a adotar uma postura de servidão à nova máquina. Mas também não deixa de piscar o olho às funcionalidades da consola, nomeadamente o Cross-Play com a PlayStation 3 (podemos jogar pistas do Wipeout HD Fury), sendo um dos primeiros títulos a oferecer esta opção.

Temos diversos modos à cabeça para podermos competir. Se o modo campanha ou carreira leva-nos para três anos de competição, já os modos multijogador são mais baseados em objetivos. Podemos correr em modo Ad-Hoc e multijogador online contra amigos, isto se os tivermos. Senão, iremos saltar para salas de confronto direto em formato aleatório. Neste último caso, entramos nas salas, temos determinados objetivos a cumprir e se conseguirmos cumprir nas três tentativas possíveis, saltamos para o próximo objetivo. É no fundo um modo carreira mais virado para a comunidade. Não esquecer que por qualquer evento, objetivo (online ou offline) que participemos podemos aceder às listas dos melhores do mundo nessa modalidade, ou então podemos ver só os amigos.

Em termos de gameplay, temos três configurações diferentes para escolher. O tradicional WipEout permite usar o analógico esquerdo para dirigirmos a nave, usar os gatilhos como travões (esquerdo e direito), e acelerar com o X. Pessoalmente gosto mais do chamado Piloto, onde aceleramos com o gatilho direito, travamos com o esquerdo e disparamos com o X, usando o quadrado para abrir os travões para as curvas e o circulo para poder absorver a energia da arma ou proteção que apanharmos. Foi também introduzido a opção do modo inaugurado em WipEout HD da PS3, onde podíamos conduzir as naves usando o sensor de movimentos do SixAxis. Agora na PS Vita podemos usar o painel traseiro para acelerar e o ecrã frontal do lado direto para disparar e esquerdo para absorver a energia das armas. São diversas formas que certamente agradarão a todos e é de louvar que não sejamos obrigados a ficar apenas com uma configuração. Já estão a ver qual.

WipEout é um jogo futurista e respira tecnologia por todos os poros. Correr numa PlayStation Vita é um regalo, principalmente pela eficiência e efeito de velocidade. A primeira sensação ao pegar nesta nova versão é de ficarmos de boca aberta, pois o espetáculo visual, a música (já lá vou), as armas, as proteções e as zonas psicadélicas dão um tom único e verdadeiramente diferenciador. Aqui o asfalto e a inércia dão asas à liberdade de voarmos bem perto do chão. As novas máquinas são poderosas e bem detalhadas, mas penso que estão numa linha mais simplista, num design mais requintado que outros jogos da série. É belo podermos ver o efeito de calor nos reatores, e o fumo a sair dos escapes, tudo muito bem recriado. Mas este visual com tanto aparato numa cidade de Nova Iorque adulterada tem o seu lado mau.

Apesar de ser fácil, dentro do seu género, de conduzir, muito raramente conseguimos fazer uma volta livre de um arranhão (existe um objetivo para esse fim). Ou porque estamos na frente e somos bombardeados, ou porque estamos atrás e simplesmente não conseguimos ver nada à frente. Os circuitos são em geral bem desenhados, mas demasiado curtos em termos de ligação de curva para curva. O aglomerado de naves é tal, que misturado com explosões, armas a brilhar no chão e efeitos visuais extra, torna a experiência muitas vezes caótica.