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World of Warcraft: Mists of Pandaria - Análise

A calma antes da tempestade.

Nunca que o World of Warcraft precisou tanto de uma expansão, ao mesmo tempo que nunca que uma expansão trouxe consigo tanto conteúdo como o que encontramos em Mists of Pandaria. Mas mais do que a quantidade, é a variedade de objetivos que é assinalável, com novo conteúdo para todo o tipo de jogadores. Mas vamos começar pelo proncipio, Mists of Pandaria traz um continente completamente novo com sete áreas distintas para explorar (Pandaria), uma nova raça disponível igualmente para a Horde e Alliance (os Pandaren) e acompanhando esta última, a classe Monk, que como ponto forte tem o facto de poder ocupar qualquer uma das posições da trinity sagrada (tank, healer e dps).

Enquanto jogadores, quando chegamos a Pandaria fazemos parte de um grupo de elite enviado para reconhecimento da zona. No caso da Horde para pintar o território de vermelho (palavras de Garrosh), e no caso da Alliance para encontrar e garantir a segurança de Anduin Wrynn, o herdeiro do trono de Stormwind agora perdido algures em Pandaria. Estes primeiros tempos são então passados a explorar o território e interagir com as várias figuras que vamos conhecendo, mas basta olhar para o servidor atual de testes (PTR), onde já se prepara a próxima etapa, com os exércitos da Alliance e Horde a chegarem às margens de Pandaria, de encontro ao que os produtores da Blizzard prometeram, devolver a guerra ao World of Warcraft.

Como é da praxe para os amantes do PVE (player versus environment) cooperativo que lembro, continua a ser a essência do World of Warcraft, esta expansão traz todo um conjunto de desafios, são nove masmorras para grupos de cinco, entre elas uma versão atualizada de duas clássicas, Scholomance e Scarlet Monastery. Dois "World Bosses" que requerem a união de esforços de dezenas de jogadores, e finalmente o primeiro tier de raid da expansão, que teve indisponível na primeira semana para que os jogadores se pudessem preparar e começou com a abertura dos Mogu'shan Vaults que disponibilizam seis grandes monstros desenhados para grupos de 10 ou 25 jogadores.

Adicionalmente, em Pandaria existem vários novos grupos, também eles muito diferentes entre si, e com os quais podemos ganhar a clássica reputação. Ligado a estes grupos e ao sistema de reputação, estão dezenas de recompensas, e uma verdadeira montanha de quests diárias (daily quests) que para além do tradicional ouro, oferecem agora também pontos de valor, o que demonstra uma importante mudança de direção de design, no que diz respeito à flexibilidade no acesso ao equipamento.

Só para dar alguns exemplos destes grupos, temos os Tillers, um grupo dedicado ao cultivo e que habita a zona onde vamos poder controlar a nossa própria quinta, outra novidade de Mists of Pandaria que está fantástica e que permitiu transformar completamente a profissão cooking tornando-a numa séria obsessão ao estilo de "Farmville". As recompensas disponíveis com este grupo são na sua maioria melhorias para a quinta, coisas como sistemas de irrigação ou até um espantalho para manter as aves longe das nossas plantações.

Os Klaxxi, uma raça de louva-deus humanoides que tratam os invasores de Pandaria (nós) como seres inferiores e que disponibilizam algumas receitas e equipamento inicial importante para quem quiser começar o ambiente de raid. A Order of the Cloud Serpent, um grupo de guerreiros que guarda os segredos de como treinar a nossa própria serpente voadora, podemos criar a nossa própria desde o ovo, treiná-la enquanto jovem e depois utilizá-la como "mount" em idade adulta. Os Anglers, que são um grupo de pescadores cujas recompensas se direcionam para a profissão "Fishing", ou os Lorewalkers que são responsáveis por documentar a história do continente, e estão também ligados à profissão "Archaeology ".

Mas mais importante do que as recompensas que estes grupos disponibilizam, é a forma como se adequam à estética de Pandaria e demonstram que existe muito mais do que apenas pandas fofos no continente perdido. Aliás os próprios vilões de Pandaria conhecidos como Mogu são demonstração de isso mesmo. Antigos senhores do continente, os Mogu são guerreiros que vivem pela lei da força e que mantinham os Pandaren como escravos há milénios atrás, muito antes da explosão da primeira Well of Eternity. Este grupo de gigantes possui a sua própria estética e arquitetura, caracterizada por monumentos gigantescos feitos de pedra.

Fantástica cinemática de abertura.

"Os Pandaren foram muito ligados à figura de Poo do filme "Kung Fu Panda", que apesar de ser posterior, marcou imenso o mainstream."

Pandaria é assim marcada pelo contraste entre a simplicidade da arquitetura oriental dos Pandaren, e a ostentação e destruição ainda visível do tempo do reinado dos Mogu. A estética do continente é deslumbrante, cheia de cor e vida, apesar de se notar a idade do jogo em termos de fidelidade das texturas. Aliás a estética do World of Warcraft sempre foi um dos seus pontos mais fortes e uma das razões para que o jogo tenha envelhecido de forma tão lenta, isto é difícil de explicar por palavras, ultrapassa a competência de um redator se quiserem, mas é algo que se sente como jogador, mais do que um mundo onde gostamos de jogar, é um sítio onde a nossa imaginação gosta de viver.

A estética global do novo continente fica algures entre o que vimos nas Outlands durante a Burning Crusade e Northrend na Wrath of the Lich King. As zonas mantêm-se coerentes entre si pelo seu estilo oriental, mas ao mesmo tempo distintas, estando as áreas mais perigosas de Pandarias separadas do resto do continente por uma gigantesca muralha que atravessa todo o território, muito semelhante à grande muralha da China. Existe ainda um santuário para cada fação, colocados na mesma zona e separados por muito pouco terreno. Apesar de não ter a mesma magia de por exemplo Dalaran, a proximidade dos dois será bastante interessante nos servidores PVP para promover o combate entre as fações de forma orgânica, afinal, elas dormem lado-a-lado.

Os Pandaren foram muito ligados à figura de Poo do filme "Kung Fu Panda", que apesar de ser posterior, marcou imenso o "mainstream". Ainda assim, nos jogos da franquia os jogadores poder-se-ão lembrar de personagens como Chen Stormstout, o Brewmaster que ajuda Thrall durante o Warcraft III, e que tem um papel central em Mists of Pandaria. A raça sempre gozou de uma enorme popularidade, e era sempre uma das mais pedidas quando se falava numa nova expansão. No geral, a opção por este tema pareceu-me uma boa decisão por parte da Blizzard, e permitiu apresentar uma classe nova juntamente com uma nova raça sem que existissem conflitos na "lore".