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Xenoblade Chronicles

Entre os deuses.

Os jogos de role-play nipónicos continuam a merecer interesse e boa aceitação na Europa e nos Estados Unidos, apesar das relutâncias de certas editoras japonesas em localizar as pesadas produções. É verdade que se trata de um género que outrora se viu maioritariamente confinado ao continente asiático e que deixou de o ser no decurso dos anos noventa quando muitas séries passaram a ser editadas fora do continente asiático, numa explosão de júbilo dos fãs norte-americanos e europeus.

Mas curiosamente a Nintendo Wii enquanto consola mais vendida da presente geração, não tinha até há pouco tempo na sua rede de jogos grandes referências do género. Desde Junho de 2010 que os japoneses receberam para a Wii Xenoblade Chronicles e desde Janeiro do presente Last Story (Sakaguchi). Dragon Quest X será uma festa para o próximo ano, o que significa que tudo somado em pouco mais de dois anos faz da Wii uma máquina especialmente atrativa para quem nutre fascínio por estas obras

É verdade que a consola ainda está longe de abandonar o mercado por força de importantes produções que estão em fase de desenvolvimento, e por muito que a Wii U se vá perfilando no horizonte, não será de excluir que as duas consolas possam coexistir numa fase inicial. Com efeito, chegar ao fim de ciclo com propostas deste gabarito será caso para um fabuloso canto do cisne. E nisto quem rejubila são os fãs, principalmente europeus, que irão receber já no próximo mês de Agosto esta proposta enquanto que os jogadores norte-americanos, para sua desgraça, permanecem na indefinição quanto à distribuição deste título.

Como já dissemos, há mais de um ano que Xenoblade Chronicles estreou no Japão. E com significativo sucesso junto da crítica e dos jogadores. Esta obra da Monolith Studios (estúdio adquirido pela Nintendo para fabricar jogos originais Wii) sai da pena de alguns responsáveis por Xenosaga e Baten kaitos e muito embora tenha uma designação parecida com Xenosaga ou Xenogears, o que resta em comum entre estes jogos é tão só o nome de Tetsuya Takahashi, o produtor executivo que também esteve em Xenosaga. Aliás a designação final de "Xeno"blade ficou mesmo a dever-se à força e ao trabalho de Takahashi, numa espécie de homenagem pelo serviço, pois até esse momento estava previsto que o jogo recebesse a designação Monado Beginning of The World. Para os mais curiosos a terminação "blade" diz respeito ao final do jogo, isto de acordo com o produtor.

Xenoblade Chronicles encerra um argumento épico. É um jogo para o qual já se antevê uma grande longevidade e a ideia executada por Takahashi e Matsuno manterá os fãs do género bem próximos do enredo por força das sequências animadas (será um dos pontos a relevar) e do previsível relacionamento entre várias personagens que se vêm envolvidas numa guerra entre homens e máquinas. De um vetusto e épico combate entre dois deuses, sobraram dois grandes corpos e é sobre esses corpos que se desenvolve todo o cenário de Xenoblade, sendo que as áreas irão corresponder a zonas muito específicas e cirúrgicas de cada uma destas criaturas.

O trailer inaugural do jogo começa por revelar esse glorioso duelo de há milhões de anos, para depois dar um salto temporal na direção do tempo que conhece as personagens que iremos controlar. Vê-mo-las empunhando armas, reagindo e conjugando esforços para neutralizar a investida do adversário, numa luta entre homens e máquinas. A nossa personagem é Shulk que tenta chegar aos poderes da Monado, uma espécie de espada ancestral e de exigente domínio. Sem ser tarefa para qualquer um, a verdade é que a aquisição e domínio desse poder será suficiente para despertar um ataque colossal e enfrentar com mais força a ameaça dos Mechon, provenientes de Mechonis. Porém, o nosso herói não consegue usar da melhor forma a Monado e acaba ferido em combate.